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Organizado a cada dois anos, o 21.o Seminário de Gás Natural, evento promovido pelo IBP- Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás este ano teve o tema “Diversificação e Competitividade: Pilares para uma Expansão Sustentável”, onde stakeholders de toda a cadeia de valor e os especialistas do setor estiveram reunidos para debater desafios e temas de relevância estratégica, além de apontar tendências para o futuro da indústria e soluções que impulsionem o amplo desenvolvimento do segmento de gás natural.
Investimentos em projetos de gás dependem de segurança fiscal, regulatória e jurídica. |
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• Primeiro dia - 14/Maio/2025 |
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A abertura e boas vindas do seminário, feita pelo Presidente do IBP, Roberto Ardenghy e pela Diretora Executiva de Gás Natural, Prof. Sylvie D’Apote aconteceu em auditório lotado( mais de 800 inscrições) , o que traduz a relevância dos temas e discussões que os 67 palestrantes do evento apresentaram durante os dois dias.
Ardenghy aproveitou a abertura para frisar como o gás era visto antigamente e atualmente como é, por meio de uma anedota: “O engenheiro chega para seu chefe e diz: “ Tenho duas notícias, uma boa e outra má.......o chefe responde: me dê a boa primeiro! E ele responde: a boa é que encontramos hidrocarbonetos...... a má, é que é gás!”
Hoje, seriam duas boas notícias, já que a realidade do gás é altamente promissora!
(confiram nossa edição PQ 400 sobre Renonáveis na Transição Energética: https://issuu.com/editora_valete/docs/pq400 ) |
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CEO Talks, com Sylvie D'Apote | IBP e Andreas Stegher | IGU, que conversou on line. |
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Crescimento da oferta nacional de gás natural: perspectivas e desafios
Gustavo Hooper | Prio, Álvaro Tupiassu | Petrobras, , Marcio Felix | ABPIP, Sylvie D’Apote | IBP e Claudia Brun | Equinor. |
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Competitividade das novas fontes de gás natural importado: Argentina e GNL
Alejandro Catalano Dupuy | Pan American Energy, Tatiana Lemos | Edge,
Marisa Basualdo | TotalEnergies , Angélica Laureano | TBG e Edson Real | New Fortress Energy. |
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CEO Talks , com Márcio Guimarães | Transpetro e Roberto Ardenghy | IBP. |
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Cenário econômico e seus impactos na reindustrialização do Brasil
Edmar de Almeida | PUC-Rio e Marcos Lisboa | Gibraltar Consulting. |
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Debate sobre o futuro da demanda de gás na indústria
Viviane Lichtenstein | Suzano, Vinicius Romano | Rystad, Edmar de Almeida | PUC-Rio, Marcos Lisboa | Gibraltar Consulting e Leticia Garcez | Vale. |
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Novas demandas: gás natural e biometano para frotas pesadas
Érik Trench | Ultragaz, Vinicius Reiter Pilz | REITER LOG, Gabriel Kropsch | Sinergás, Laercio Ávila | Consórcio do Sistema Metropolitano BRT, e Giselia Pontes | Naturgy,
A Naturgy, distribuidora de gás natural com atuação no estado do Rio de Janeiro e no sul de São Paulo, debateu as perspectivas de expansão do GNV na frota pesada, durante o Seminário de Gás Natural do IBP. Hoje, 50% do volume de gás distribuído pela empresa no Rio de Janeiro é referente ao GNV. No estado, 1,7 milhão veículos leves são convertidos para o uso do combustível, ou seja, cerca de 20% da frota. A meta é ampliar o mercado com a expansão do GNV em caminhões e ônibus.
Em relação a infraestrutura de abastecimento, o Rio de Janeiro já conta com dois corredores sustentáveis, na Via Dutra e na Washington Luís. Atualmente, nas duas rodovias, já são 11 postos adaptados para abastecer veículos pesados a GNV. “Recentemente, anunciamos investimentos na ordem de R$ 300 milhões para ampliar o projeto para mais 16 corredores sustentáveis nas rodovias que ligam o Rio de Janeiro aos demais estados do Sudeste. Assim, os caminhões poderão ter total autonomia de abastecimento para transitar por estes estados”, explica Giselia Pontes Sereli, diretora comercial da Naturgy.
No painel “Novas demandas: gás natural e biometano para frotas pesadas”, a executiva ainda abordou a perspectiva de crescimento do mercado de GNV, considerando a conversão das frotas de ônibus. “Em termos de Mobilidade Urbana temos um potencial imenso. O estado do Rio tem 92 municípios e se considerarmos apenas a cidade do Rio de Janeiro, a frota de ônibus municipais é de 4.000 veículos circulando diariamente. No município, existem 37 garagens e elas estão sob a rede de gás, o que nos dá a possibilidade de abastecer todas elas com GNV. Quando analisamos o volume de diesel consumido por mês, só no Rio de Janeiro estamos falando de 13 milhões de litros por mês. Além de ampliar o mercado, estamos falando em um transporte mais sustentável e mais competitivo, lembrando que a substituição do diesel pelo GNV é uma oportunidade para descarbonizar, pois o gás tem redução de cerca de 20% nas emissões de carbono”, explica Giselia.
A executiva complementa que hoje, a tecnologia para ônibus a gás está avançada, com veículos eficientes, preços competitivos e possibilidade de entrega a curto prazo. Segundo ela, na Colômbia, 40% da frota de mobilidade urbana de Bogotá é a gás e são veículos produzidos no Brasil.
Em relação à descarbonização, o benefício será ainda maior com a adoção do biometano. As duas fontes energéticas são intercambiáveis e, nesse sentido, os investimentos em infraestrutura para o gás natural serão fundamentais para a adoção do novo combustível, conforme aumentar sua escala de produção. “O biometano é um sonho em termos de Sustentabilidade. Hoje, distribuímos no mercado convencional cerca de 7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e este volume aumenta muito se adicionarmos os volumes distribuídos para as térmicas. Segundo dados da ANP, a produção do biometano no Brasil em março deste ano foi de cerca de 10 milhões de metros cúbicos por mês. Então, o gás natural ainda é essencial para atender à demanda e garantir a segurança energética e as duas fontes atuam de forma complementar. Enquanto isto, estamos trabalhando, expandindo a infraestrutura, que estará preparada para receber o biometano quando a produção alcançar a maturidade”, conclui Giselia. |
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Em busca de uma maior integração do setor de gás com o setor elétrico
Gabriel Martins | Shell Energy, Bernardo Folly | EPE, Tiago de Barros Correia | RegE, Rogério Manso | ATGás e Ivo Sechi Nazareno | ANEEL. |
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CEO Talks, com Guilherme Mourelle | Galp e Roberto Cunha | EnClim. |
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• Segundo dia - 15/Maio/2025 |
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Conectando a oferta com a demanda: investimentos em infraestrutura ao longo da cadeia de gás
Erick Portela Pettendorfer | NTS, Andrés Sannazzaro | Repsol Sinopec, Daniela Santos | ABPIP, Juliana Rodrigues | Abrace e Heloisa Borges | EPE ( em pé).
A diretora de Petróleo e Gás da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Heloisa Borges, e o gerente de Comercialização de Gás da Repsol Sinopec, Andrés Sannazzaro, também analisaram os riscos associados aos investimentos no painel “Conectando a oferta com a demanda: investimentos em infraestrutura ao longo da cadeia de gás”. “Um dos grandes problemas de segurança para investimento é a ausência de informações concretas do setor conectadas com os anseios da população”, comentou Heloisa, anunciando que o Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB) receberá novas consultas até dezembro de 2025.
“Não podemos perder atratividade de investimentos em virtude da insegurança jurídica. O maior risco de capital na cadeia do gás fica no upstream”, alertou Sannazzaro, indicando que a Repsol foi o primeiro parceiro independente da Petrobras no país e já investiu cerca de US$ 6,7 bilhões no setor de petróleo e gás brasileiro. “Participamos do projeto Raia, o maior aporte financeiro de nossa história”, afirmou.
Participante no mesmo painel, o CEO da NTS, Erick Portela Pettendorfer, destacou que a empresa já investiu cerca de R$ 1,5 bilhão no Brasil. A NTS planeja integrar cada vez mais a sua malha, recebendo gás natural da Bolívia e do Nordeste. “O transporte não é o problema, é a solução. É o ela que conecta todas as fontes de gás a todos o citygates do país”, indicou. Portela informou que todas as transportadoras têm avaliado os gargalos nas suas malhas e que para planejar os investimentos é necessário compreender melhor a dinâmica da oferta e da demanda nos próximos 10 e 20 anos.
Já Juliana Rodrigues, especialista de Energia da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE), mencionou a importância da transparência no acesso a informações sobre as infraestruturas. Também ressaltou que o planejamento da infraestrutura de transporte precisa tomar em consideração se as térmicas continuarão conectadas no transporte. Outra incerteza está no dimensionamento da oferta de biometano nos próximos 10 anos. |
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CEO Talks com Sylvie D'Apote | IBP e Rodrigo Soares | Shell Energy.
“Os investimentos em projetos de gás no Brasil dependem de segurança fiscal, regulatória e jurídica. A indústria precisa ter a certeza de que vai conseguir realizar compromissos assumidos com seus acionistas, disse Rodrigo Soares .”
O executivo lembrou que a Shell está no Brasil há 102 anos e é o segundo maior produtor de gás natural no Brasil. “O mercado brasileiro saiu de um modelo monopolista para um mercado com diversos agentes. A competição aumentou e trouxe mais flexibilidade nos contratos. Mas a regulação do setor precisa de evoluir. Em particular, é preciso uma harmonização regulatória entre os estados e a federação”, destacou o executivo da Shell, sinalizando que o IBP contribui muito nesta agenda. Soares disse que a empresa pretende continuar a investir no Brasil e lembrou que em março passado a Shell confirmou a decisão de investimento do campo Gato do Mato, em águas profundas na área do pré-sal da Bacia de Santos.
Soares disse que a Shell apoia e entende como fundamental a realização do leilão de capacidade, que estava previsto para ser realizado em junho, mas que foi postergado pelo Ministério de Minas e Energia (MME). “Precisamos deste leilão, para reduzir a volatilidade que existe hoje no mercado [de energia]”. O executivo também sinalizou que a Shell está buscando inserir o biometano nos energéticos que a Shell Energy comercializa. |
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Desafios regulatórios do transporte de gás no cenário pós abertura
Helder Ferraz | NTS, Adrianno Lorenzon | Conselho de Usuários, José Roberto Faveret | Faveret Tepedino Londres Fraga, Symone Araújo | ANP e Ovidio Quintana | TAG.
No painel a diretora da ANP, Symone Araújo, destacou que regulação deve ser um vetor de segurança jurídica, não de risco. “Ela emite sinais para o mercado viabilizar seus investimentos”, pontuou a diretora, ressaltando que a regulação do transporte de gás natural possui tratamento regulatório diferenciado por se tratar de um monopólio natural e por ser um elo essencial para evitar a criação de barreiras à entrada de novos agentes na oferta de gás.
Adrianno Lorenzon, vice-presidente do Conselho de Usuários (CdU), reforçou a importância da atuação do CdU como representante dos usuários do sistema de transporte nas várias pautas regulatórias do transporte que estão em discussão, como revisões tarifarias, monitoramento dos investimentos das transportadoras, harmonização e simplificação dos contratos de transporte. “Temos feito um esforço conjunto com as transportadoras e com a ATGÁS [associação que representa as transportadoras de gás], para trazer soluções consensuadas para a ANP, numa tentativa de facilitar e dar velocidade ao trabalho da agência reguladora”.
O diretor comercial e regulatório da NTS, Helder Ferraz, disse que é preciso reduzir a assimetria de informações, dando transparência e buscando consensos. “Debatemos com a ANP para ter um ambiente de negócios mais seguro e atraente para os investimentos. É importante a revisão da Resolução 15 da ANP [sobre critérios para cálculo das tarifas de transporte]”.
Já Ovídio Quintana, diretor comercial e regulatório da TAG, encerrou o painel afirmando que o desenvolvimento da infraestrutura é um caminho necessário para possibilitar novos mercados, novos negócios, redução de custos e preços. “Esbarramos sempre na questão do preço. Para reduzir custos e preços, a infraestrutura é necessária”, complementou Quintana. |
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O presente e o futuro da tributação do gás natural
Frederico Pereira | Galp, Maria Fernanda Soares | Machado Meyer, Priscila Torres | TAG + ATGás e Rodrigo Novo | Origem Energia.
No painel , o gerente tributário da Origem Energia, Rodrigo Novo, disse que o regime monofásico não traz nenhuma vantagem e, muito possivelmente, traz custos adicionais para o gás natural. “É importante seguir no debate com o governo sobre este regime tarifário. Temos o desafio de demostrar como o aumento de carga tributária poderá impactar na oferta e na demanda de gás”, alertou ele, complementando que está se promovendo uma carga de tributos com perfil inflacionário, com um risco real de inviabilizar o gás natural como âncora da transição energética brasileira. “A monofasia poderá encarecer o preço de gás de várias formas, uma delas é a acumulação de créditos”, ponderou. Segundo um estudo independente da FGV Energia quase R$ 9 bilhões de créditos poderão ser acumulados, que poderiam ser transformados em aportes financeiros para o setor.
Frederico Pereira, diretor financeiro da Galp no Brasil, indicou que a reforma tributária promove diversos desafios para o setor, como harmonização do ICMS com a tributação federal, alinhamento do arcabouço tributários entre União e Estados, além de uma relação mais próxima com os poderes executivo e legislativo. “Em muitos casos, o tratamento tributário atual transforma o ICMS em um custo, que pode atrapalhar a viabilização do empreendimento”, observou ele, acrescentando o imposto seletivo e a definição das alíquotas mais altas como incertezas ao investidor de longo prazo. O executivo alertou que a competitividade do setor fica comprometida na atual redação da reforma tributária devido ao regime monofásico, porque o gás natural tem múltiplas aplicações em todos os elos da indústria.
A gerente tributária da TAG e ATGás, Priscila Torres, também defendeu um aprimoramento da legislação tributária atual. “Acreditamos que a lei complementar 214 – LC 214 / 2025 - cria maior sinergia com o modelo de transporte proposto no marco do gás de 2021 e estamos nos preparando para o período de transição até 2032”, avaliou. |
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CEO Talks com Karine Fragoso | Firjan e Luiz Felipe Coutinho | Origem. |
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Flexibilidade e liquidez: Caminhos para o amadurecimento do mercado de gás brasileiro
Edmar de Almeida | PUC-Rio, Flávia Barros | Origem, Antonio Guimarães | Bolsa Brasileira de Gás Natural (BBGN), Luisa Franca | TAG, Thiago Arakaki | Galp. |
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CEO Talks com Joisa Dutra | FGV Ceri e Veronica Coelho | Equinor. |
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Rumo a COP 30: Gás natural como foundation fuel da transição energética justa, equilibrada e segura
Heloisa Borges | EPE, Carlos Garibaldi | ARPEL, Christopher Gonçalves | BRG Energy & Climate, Luiz Eduardo Barata | Frente Nacional dos Consumidores de Energia e
Viviana Coelho | Petrobras. |
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O Seminário de Gás Natural 2025 foi patrocinado pela Petrobras, Equinor, Galp, Origem, Shell Energy, NTS, PanAmerican Energy, Prio, Repsol Sinopec Brasil, TAG, TBG, TotalEnergies, Eneva, Naturgy, Edge, Faveret Tepedino Londres Fraga, Machado Meyer e New Fortress Energy, além da participação do Governo Federal. A Petro &Química foi parceira de mídia do evento, que ainda teve o apoio institucional da Abegás, ABESPetro, ABRACE, ABRACEEL, ABRAGET, ANP, Arpel, ASPACER, ATGÁS, COGEN, Firjan e Instituto de Energia da PUC-Rio (IEPUC).
Fotos: Revista Petro & Química
Colaboração texto: Bruno Postiga. |
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Valete Editora |
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