IIoT - Internet Industrial das Coisas,
é uma rede de sensores inteligentes
e ferramentas de análise que
aprimoram os processos contínuos de
produção, aproveitando os dados disponíveis.
Muitas vezes, usa-se o termo
Indústria 4.0 como sinônimo, mas a
maioria dos trabalhos sobre Indústria
4.0 tende a ser sobre manufatura discreta,
linhas de montagem, máquinas,
robôs e fábricas inteligentes; a fase
de operação do ciclo de vida é onde a
Indústria 4.0 atende à IoT, formando
a IIoT. Jonas Berge, diretor sênior de
tecnologia aplicada da Emerson Automation
Solutions tem um bom texto
sobre essa diferenciação.
Purismos à parte, o mundo vive
o fim das máquinas isoladas com o surgimento de equipamentos
inteligentes e interconectados.
O Gartner revelou em uma de suas pesquisas (Why IT
Operating Models Are Under Strain and How Oil and Gas
CIOs Should Respond ) que 53% das empresas de petróleo
e gás falharam ao implementar a tecnologia IIoT. É discutível
porque existem muitos projetos em andamento se
utilizando de tecnologias digitais disruptivas, revivendo a
dualidade das empresas de vanguarda e das que precisam
ser persuadidas. A diferença é que essas tecnologias podem
gerar ganhos enormes mesmos para os usuários tardios.
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Os tomadores de decisão estão, de fato, sob pressão.
Mas existem profi ssionais que podem ajudar a encaminhar
e embasar algumas questões
Um bom exemplo é a KPMG, que além de seu leque de
serviços tradicionais como consultoria e auditoria – mapeamento
e melhorias de processos e riscos, compliance e demonstrações
fi nanceiras, etc - tem também uma estrutura que
trabalha com startups que se propõe a resolver problemas a
partir do mapeamento do negócio e a partir daí, apresentar
soluções que podem incluir AI, robotics, blockchain, etc. |
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“Nossa plataforma LEAP se relaciona com mais de duas
mil startups no Brasil. A LEAP é um ecossistema para antecipar
tendências e criar soluções num salto transformador.
As empresas têm gargalos de negócios que precisam
ser resolvidos com dedicação plena e profundo
conhecimento, mas as vezes não tem pessoal
para alocar e as startups podem atuar
aí, pontualmente – ou não. E o preço
dessas intervenções depende da forma
como se combina de remunerar isso,
por hora, por job, por resultado...”,
conta o sócio da área de Energia e
Recursos Naturais da KPMG, Manuel
Fernandes. |
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As startups hoje são bem diferentes das
do começo dos anos 2000, quando eram empresas
de um homem só. Hoje, a maioria delas tem
investidores, estruturas, líderes e implementadores que conhecem
muito bem o setor em que atuam.
A estratégia da KPMG é global, mas o LEAP é uma
criação local, elaborada com a Distrito que reúne quase duas
mil startups para atender a diversas verticais. Perpassando
isso, está um mapeamento da Indústria 4.0 que engloba a
indústria como um todo, transformando o LEAP em uma
ponte entre o cliente com uma necessidade de negócio e os
meios de encontrar soluções.
Manuel Fernandes pontua que, no Brasil, tanto oil & gas
como utilities têm que investir em pesquisa e desenvolvimento
e talvez aí as startups podem gerar muitos ganhos.
“Ninguém vai desprezar oportunidades que ajudem a garantir
segurança, reduzir paradas, etc...” |
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A evolução das tecnologias é, ao mesmo tempo, uma
bênção e uma maldição porque, ao mesmo tempo em que
proporcionam ferramentas mais inteligentes, tornam o atual
parque obsoleto num ritmo muito mais rápido – gerando
um pouco de receio para que algumas empresas iniciem seu
processo de inserção digital. O que acaba sendo um desperdício
do que já existe porque há décadas a instrumentação e
a automação embutem sensores e inteligência. Há décadas
o wireless e a comunicação remota são uma realidade na indústria,
inclusive no midstream e no downstream; já é uma
realidade há alguns anos no upstream.
Com o monitoramento remoto e automático, o próximo
passo natural foi estabelecer um ambiente de nuvem para
lidar com a quantidade de dados gerados e fornecer insights
mais rápido. Conectar toda a cadeia é uma próxima etapa
natural. E aí, de maneira natural e lógica, juntamse
outras tecnologias como Inteligência Artifi cial,
robótica e impressão 3D, por exemplo. E essas
vêm ligadas a análises preditivas que direcionam
o cronograma de manutenção, por exemplo. O
objetivo fi nal é ter conectividade completa, incluindo
instalações offshore, veículos, logística
e transferência de dados, de maneira global. Tudo
conectado e gerando dados, realimentando o cabedal
de conhecimento. Imperdível!
Mas, de acordo com um relatório do Gartner, algumas
empresas só aproveitam 30% dos dados coletados e armazenados:
os lagos de dados podem facilmente se transformar
em pântanos de dados estagnados porque maior não é necessariamente
melhor. Tudo depende do uso. E a indústria
de petróleo e gás está entre as que gera mais dados, constantemente
coletados em diversas partes, de inúmeras fontes,
tornando extremamente difícil padronizá-los e analisá-los.
A IIoT pode homogeneizar conjuntos de dados e armazenar
grandes quantidades na nuvem: a adoção de aplicativos da
IIoT melhora a efi ciência, a segurança, o investimento e os
custos operacionais; é uma transformação inevitável.
“Especifi camente para indústria de petróleo e gás, o uso
de tecnologias disruptivas, baseadas em tendências digitais,
se dá não apenas pelo grande desafi o de aumentar a efi ciência
operacional, com melhoria dos fatores de recuperação
dos reservatórios e maior rentabilidade em relação ao
preço de equilíbrio do barril, mas também pela melhoria
de segurança contra fatores de risco a vida humana e meio
ambiente. Responsável por 58% da matriz energética mundial
e por um PIB brasileiro de 13%, um pequeno percentual
da indústria petrolífera nacional utiliza apenas algumas
tecnologias como simulação numérica, armazenamento na
nuvem, geolocalização, sensores, internet das coisas, segurança
cibernética, impressão 3D e visão computacional.
Além disso, a realidade virtual e aumentada é diretamente
aplicada à indústria de petróleo e gás sendo extremamente
relevante para avaliação de reservatórios”, analisa Manuel
Fernandes.
Digitalização remete a tudo o que se consegue automatizar,
tirar da esfera analógica e trabalhosa e passar para a
esfera digital, e mais fácil de analisar em “bulk”. A indústria
de óleo e gás possui equipamentos muito complexos, monitorados
por uma quantidade muito grande de sensores, e esse
infi nito de dados coletados somente têm uso se forem estruturados,
processados e analisados de forma inteligente. |
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“No que tange FPSOs, essa transformação consiste em
estruturar e organizar uma quantidade massiva de dados,
além de usar a experiência de décadas dos nossos profi ssionais
para construir uma plataforma de aplicativos e algoritmos
automatizados para construção de valor ao longo de
todo o ciclo de vida de nossos ativos. Um ser humano pode
tomar decisões corretas baseado no que vê e em sua experiência.
Mas quando se trata de um número muito grande de
variáveis, muitas vezes um algoritmo de machine learning
pode fazer uma análise mais abrangente, completa, rápida,
precisa e com múltiplos cenários de modo a melhorar signifi
cativamente a tomada de decisões.
Acredito que o primeiro desafi o é ter “processing power”
e infraestrutura offshore sufi ciente para mastigar os
dados, e esse é geralmente o primeiro investimento feito
nessa integração. Depois há que se investir em boa velocidade
de troca de dados e sistemas robustos de análise de dados.
Esse processo ainda é bastante embrionário em grande
parte da cadeia do setor de óleo e gás. Hoje, por exemplo,
já se utilizam algoritmos de machine learning construídos
em cima de uma estrutura de big data, treinados com base
em múltiplos cenários de operação para previsão de falhas.
Ou seja, um operador pode ser alertado alguns dias antes
sobre uma falha em uma turbina que ainda está por vir. A
SBM Offshore tem investido muito em sua jornada de digitalização
para não somente fazer bom uso desse infi nito
de dados coletados em suas unidades, mas como também
para melhorar ainda mais as condições de segurança e confi
abilidade de suas FPSOs”, conta Eduardo Chamusca de
Azevedo, Country Director da SBM Brasil.
E afetam ainda mais fortemente o offshore a infraestrutura
de telecom – ou a falta dela. Chamusca lembra que
existem investimentos interessantes sendo feitos em tecnologias
disruptivas que podem ter efeito global, como por
exemplo, satélites “medium earth orbit” que devem permitir
bons ganhos de conectividade, além de investimentos
robustos em fi bra óptica anunciados recentemente pela Petrobras.
“E não se pode esquecer as especifi cidades do gás,
abundante no Pré-sal do Brasil, mas com muitas impurezas
e contaminantes que precisam ser removidas antes de sua
desidratação e processamento, trazendo uma complexidade
maior às FPSOs, que passam de topsides do patamar de 15
mil tons para até 35 mil tons”.
Qualquer ponto percentual que se consiga economizar
na indústria de óleo e gás representa milhões e alavancam o
uso das tecnologias chamadas disruptivas – ainda que pontualmente,
em projetos piloto, que tendem a se expandir. As
empresas já têm equipamentos e instrumentos sensorizados,
mas é preciso que essa camada se ligue a uma infraestrutura
maior. Imagine uma plataforma há 300 km da costa,
ela precisa se comunicar em tempo real e não pode esperar
decisões políticas que lhe forneçam infraestrutura então utiliza-
se de cabos de fi bra óptica e conexões via satélite para
garantir seus projetos de comunicação remota e nuvem. E
as iniciativas são muitas.
A tecnologia digital está se tornando mais barata e mais
rápida e a quantidade de dados e conectividade está aumentando
exponencialmente, trazendo mais oportunidades e valor
para as empresas e consumidores. A Shell, por exemplo,
há muito tempo reconheceu a importância das tecnologias
digitais e vem utilizando algumas delas para ter vantagens
competitivas – um dos seus pilares estratégicos é a transformação
digital para maximizar o valor das operações e
reduzir riscos para os colaboradores, a sociedade e o meio
ambiente. E a Shell vem formando parcerias estratégicas
para implementar o estado da arte das tecnologias nas nossas
operações.
No upstream, com a aquisição da BG e blocos do Présal,
a Shell Brasil é a empresa com a maior produção nacional,
atuando como operadora ou em parceria com a Petrobras
em diversos campos, apoiada na digitalização, que
utiliza com sucesso uma ferramenta digital para planejar,
simular e otimizar o alívio (offl oad) das operações, processo
antes feito manualmente e que agora é automatizado, levando
poucos minutos para ser executado e otimizando a
operação logística.
O time de engenharia de reservatórios da Shell trabalha
com cientistas de dados para construir modelos matemáticos
com o objetivo de otimizar a produção de nossos campos
operados e automatizar o monitoramento dos poços. Esses
projetos são pioneiros e representam grandes oportunidade
de aumento de barris produzidos devido a melhores “data
insights” que os modelos matemáticos irão gerar para os
engenheiros tomarem decisões no campos - esses modelos
têm fácil poder de replicação, podendo ser aplicados em outras
localidades com operação em águas profundas, gerando
mais valor para a empresa.
A Shell Brasil está desenvolvimento algoritmos e inteligência
artifi cial para identifi car desvios de operação em equipamentos submersos que são imperceptíveis a análise
humana ou a meios tradicionais de monitoramento de operação
- esse projeto deve ser expandido para outras operações
da empresa no Brasil e em outras localidades onde a
Shell opera. |
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No Brasil, a Shell vem trabalhando com universidades,
instituições de pesquisa e outras empresas para desenvolver
diversas soluções robóticas autônomas, que visam reduzir
diretamente a exposição humana a riscos, aumentar a efi ciência
da coleta de dados ou mesmo possibilitar coleta de informações
aonde nenhum humano conseguiria chegar, isto
tudo visando também uma redução signifi cativa em custos
operacionais.
A transformação digital não é apenas uma frase de efeito,
mas um processo de negócio contínuo e inevitável. Agora
é possível que as empresas revolucionem a maneira como
operam, abandonando os processos tradicionais de fabricação
em favor da automação - Essas mudanças podem vir
com melhorias signifi cativas na qualidade, benefícios para
a efi ciência e reduções consideráveis ????nos custos operacionais
- não fi que para trás. |
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A Total já tem histórico de aplicação de inteligência artifi
cial em suas atividades que remonta à década de 1990,
quando começou a aplicar inteligência artifi cial para caracterizar
campos de petróleo e gás usando algoritmos de machine
learning, aplicação que continuou ao longo dos anos
2000 estendida para a manutenção preditiva de turbinas,
bombas e compressores em suas instalações industriais,
gerando economias de várias centenas de milhões de dólares.
Recentemente, a Total fi rmou parceria com o Google
Cloud para desenvolver soluções de inteligência artifi cial
para análise de dados de subsuperfície para exploração e
produção de petróleo e gás. |
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Há alguns anos a Equinor estabeleceu um centro digital
de excelência com sete programas específi cos para a
digitalização na empresa até 2020 porque acredita que a
digitalização ajudará a melhorar a segurança, a proteção e
a efi ciência de suas operações. A empresa parte do princípio
de que a digitalização afeta toda a sociedade, incluindo os
sistemas globais de energia; então também muda a maneira
pela qual a Equinor produz petróleo, gás e outras energias.
A tecnologia de sensores se desenvolveu rapidamente ao
mesmo tempo em que os custos diminuíram levando a um
maior sensoriamento das plantas e consequente integração,
o que se pode chamar de fusão de físico-digital, que permite
coletar mais dados que podem ser usados ????para novos propósitos.
E esses dados podem se tornar muito mais acessíveis
através da nuvem, permitindo o compartilhamento de dados
com mais efi ciência dentro das empresas e externamente,
com seus parceiros.
Nos próximos anos, a Equinor investirá bilhões em tecnologias
digitais, incluindo a integração de dados em toda
a empresa de uma maneira muito mais perfeita: primeiro,
as tecnologias digitais facilitarão a realização de análises
sofi sticadas de todos os tipos de dados, garantindo melhores
decisões – inclusive sobre onde explorar novos recursos,
como melhorar a recuperação dos reservatórios, melhorar
a regularidade de nossas instalações e otimizar o comércio.
Em segundo lugar, a digitalização aumenta a efi ciência
no trabalho, reduzindo o tempo gasto em tarefas manuais e
repetitivas, permitindo a realização de trabalhos de maior
valor. Em terceiro lugar, a empresa vê muito potencial na
robotização e no controle remoto das atividades. E um bom
exemplo são as tecnologias aplicada ao campo de Johan
Sverdrup, que envolve equipes interdisciplinares e inclui o
trabalho em um gêmeo digital.
A Equinor possui um Centro de Excelência Digital que
reune funcionários novos e antigos para trabalhar em análise
de dados, aprendizado de máquina, inteligência artifi cial
e desenvolvimento de software. A equipe da Equinor busca
usar a digitalização para aumentar a segurança, melhorar os
ganhos e reduzir as emissões de carbono em um campo (Johan
Sverdrup) que, no pico da produção, representará 25%
de toda a produção norueguesa de petróleo e gás. |
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Para o Brasil, a Equinor já trouxe os óculos de colaboração
virtual remota que possui câmeras e ferramentas
colaborativas de realidade virtual e aumentada para serem
usados tanto em terra quanto nas plataformas.
A Petrobras também trabalha em várias frentes quando
o assunto é digitalização, com muitos projetos já com
retornos quantifi cáveis – o que permite pensar em estendê-
los para a companhia. O uso de robôs para pintura
em plataformas diminuiu em mais de 80% o tempo do
serviço e a exposição humana a riscos, gerando cerca de
R$350 mil por ano/FPSO em redução de custos. O uso de
drones também é uma realidade, gerando mais segurança
e economia na monitoração de fl ares, por exemplo. Sem
contar as diversas tecnologias envolvidas no programa
Libr@ Digital, apresentado na Rio Oil & Gas do ano passado
pela Dra. Sylvia Anjos. |
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Um relatório desenvolvido pela Oil & Gas IQ e pela
OpenText, examinou a importância de soluções digitais no
setor de petróleo e gás, destacando que 61% dos profi ssionais
do setor reconhecem a importância da nuvem para seus
planos de transformação digital contínua; e 50% deles acreditam
que os recursos analíticos - como conteúdo e dados
estruturados - são essenciais para seus negócios.
É um campo vasto de possibilidades. E está acontecendo
agora. |
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