As megareservas encontradas abaixo da camada de sal
da Bacia de Santos são o motor da retomada de investimentos
na área de petróleo. Estão ali 15 dos 19
projetos anunciados no novo plano de negócios da Petrobras.
A alta produtividade dos reservatórios colocou a área também
no radar das grandes petroleiras. Em julho, a Statoil pagou
US$ 2,5 bilhões pela fatia que a Petrobras tinha no BM-S-8,
onde foi descoberto o prospecto de Carcará. Agora ela e outras
majors esperam a defi nição dos leilões do pré-sal e de áreas
unitizáveis para dar novos passos. “Teremos a Statoil, a Shell e
a Petrobras, três players importantes no pré-sal. Isso cria mais
competição, obrigando a busca por processos mais econômicos
de produção”, ressalta o consultor John Forman.
Pelos cálculos do Ministério da Fazenda, apenas o leilão
das áreas unitizáveis tem potencial para gerar investimentos
da ordem de US$ 22,4 bilhões – considerando 2,2 bilhões
de barris a serem produzidos.
A Bacia de Santos já responde por um terço da produção
de petróleo e gás do país. Estimativas mais otimistas
consideram que essa bacia possua até 100 bilhões de barris
recuperáveis. Os poços perfurados no pré-sal produzem,
em média, 25 mil barris por dia – alguns passam dos 33
mil barris por dia. Na prática, um campo no cluster do présal
necessita de menos plataformas, menos poços e menos
equipamentos – uma relevante redução de custos em águas
profundas, que estão entre as mais caras.
Essa dadivosa produtividade, no entanto, não se repete
em outras áreas da Bacia de Santos. Este ano a Petrobras devolveu
o campo de Tubarão, localizado no pós-sal, ao sul da
Bacia – descoberto na década de 1990, o campo não chegou
a ser desenvolvido.
Fora do pré-sal, os projetos são tocados pela Karoon –
nos campos de Echidna e Kangaroo – e pela QGEP – no
campo de Atlanta. |