Resumo
O gás natural bruto pode conter diversos componentes
que prejudicam o transporte e a sua pronta comercialização.
Dessa forma, etapas de tratamento são necessárias para remo-
ção de tais contaminantes. Os processos de ajuste de ponto de
orvalho de água e de hidrocarbonetos são importantes para
enquadramento do gás com respeito à prevenção de formação
de hidratos, condensação e corrosão. No contexto atual brasileiro, o processamento de gás é um tema de ainda maior relevância devido aos altos teores de CO
2 reportados em campos
do pré-sal. A presença de CO2 no gás pode levar a quadros
favoráveis à corrosão, além de reduzir o poder calorífico e
afetar a capacidade de linhas de transmissão. Devido à grande
distância entre os reservatórios do pré-sal e a costa brasileira
(cerca de 300km), uma alternativa centraliza o processamento do gás em plataforma offshore, minimizando o transporte
em dutos para instalações onshore. Por outro lado, o ambiente
offshore é muito mais exposto a cenários dinâmicos devido a
oscilações na vazão e/ou pressão de carga por transientes nos
poços ou regime de golfadas em risers de produção. Além
disto, a plataforma impõe sérias limitações de peso e espaço,
o que implica em redução de inventários e fácil propagação
de perturbações ao longo do processo. Assim, o sistema de
controle deve ser suficientemente robusto para evitar perdas e
problemas operacionais, ambientais ou de segurança do processo. Neste trabalho conduz-se uma análise de impacto de
cenários dinâmicos em um plausível processamento offshore
de gás natural considerando-se carga típica do pré-sal com
20%mol. de CO
2. O processo topside abordado engloba etapas convencionais de tratamento do gás: desidratação via absorção com TEG, remoção de condensados via expansão JT e
remoção de CO2 via permeação em membranas. O sistema de
controle proposto é baseado em controladores PID em acordo
com a literatura. Os resultados apontam para boa controlabilidade do processo, mesmo em cenários mais severos de
perturbações na carga. As oscilações no produto gás final são
suavizadas e não há riscos de perda de especificação, embora
um acompanhamento em tempo real seja necessário. |