A evolução dos computadores e sistemas cognitivos,
que tem a capacidade de raciocínio e julgamento
para solucionar problemas, está eliminando os
“elos fracos” do controle dos processos industriais – a cibersegurança,
o tempo de execução do projeto e a tomada
de decisões.
A computação em nuvem e a virtualização de servidores,
comum na área de infl uência da TI, já aparece em algumas
aplicações para controle do processo. Ela soluciona
a pavorosa obsolescência de desktops e sistemas operacionais.
A Statoil adotou no sistema de controle da produção
das plataformas da Statoil no campo de Peregrino, na Bacia
de Campos. O antigo sistema tinha sete servidores na rede
primária e sete na secundária – o novo é formado por um
servidor na rede primária e outro na rede secundária. O número de nós físicos foi reduzido em 44% e a quantidade de
switches em 65%.
“Embora a Arc Advisory Group ainda não possua dados específi cos sobre as taxas de adoção, nossa pesquisa indica
que a tecnologia de virtualização já é adotada pelo setor
de petróleo, e provavelmente em taxas mais rápidas do que
qualquer outra tecnologia baseada em TI. Isto se deve ao
impacto imediato da virtualização no custo. A maioria das
principais empresas desse setor adotaram a virtualização
em algum grau”, diz Larry O’Brien, vice presidente da Arc,
consultoria especializada em automação industrial.
Outra tendência é reunir em um centro de operações
o controle de várias unidades. Os dados dos instrumentos
são ininterruptamente coletados e transmitidos para um
banco – e de lá são acessados por especialistas de vá-
rias disciplinas. A Linde, produtora de gases industriais,
possui oito centros de operações espalhados pelo mundo
– eles estão interligados a um historiador instalado na
matriz, na Alemanha, onde estão concentrados os sinais
analógicos dos instrumentos de todas as unidades industriais.
Essa informação fi ca disponível para análise dos
técnicos da matriz, dos centros de operações e das próprias unidades.
Em tese, essa complementariedade – e não a substituição do homem por um computador – tem tudo para tornar
os processos mais dinâmicos e produtivos. O desafi o agora
é redesenhar os processos de trabalho considerando a nova
realidade – à medida que um programa de computador automatiza
o trabalho humano, a forma como esse trabalho
deve ser realizado precisa ser repensada. Operadores ainda
utilizam pouco as ferramentas de gestão disponíveis,
e pouco deste potencial se transforma em resultado. “Enquanto
as empresas mantiverem estes assuntos restritos às
suas equipes de TI e não extrapolarem para um conceito
de co-criação da inteligência de uso destes dados de forma
matricial, envolvendo diversos níveis hierárquicos e departamentos
dentro das empresas, ainda fi carão faltando peças
fundamentais na construção do valor real destas ferramentas”,
avalia o gerente da Mokveld Valves para o Brasil, Victor
Venâncio.
O problema é que a tecnologia facilita a solução das tarefas
e reduz erros – mas também funciona como uma camada
que isola o operador do processo e das oportunidades
de aprendizado. Um estudo realizado com alunos de engenharia
na Louisiana State University mostrou que, quando o
número de alarmes passa de dez por minuto, há uma queda
na capacidade de resposta – a não ser que os alarmes estejam
agrupados por prioridade. Pesquisa semelhante conduzida
no Center for Operator Performance - COP – grupo
que reúne indústrias e fornecedores de automação, apontou
que os operadores se deparam com uma taxa de 30 alarmes
a cada dez minutos – três vezes mais do que o recomendado
pela Engineering Equipment and Materials Users’ Association
– EEMUA.
A resposta parece óbvia: o primeiro estudo foi feito
com alunos. Em qualquer área, as habilidades só melhoram
através da prática. “Lembra quando as pessoas estudavam
e memorizavam trajetos dentro de uma cidade?
Hoje todo mundo usa GPS e nem percebe onde o está
levando. Existem exemplos similares, mas na verdade,
a inteligência artifi cial deve nos liberar para tarefas mais
nobres, como a automação tem nos proporcionado. Mas
as pessoas acabam se encostando”, ressalta o Distinguish
Technologist da Emerson, Marcos Peluso (veja entrevista
na página seguinte).
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