A entrada em operação de novas plantas petroquímicas
nos EUA, Canadá e México deve ser um impulso às exportações de polietilenos. Pelas projeções da IHS, a exportação
líquida deve chegar a 6,5 milhões de toneladas até 2019 – atualmente o volume exportado pelos produtores instalados na
região soma 2,8 milhões de toneladas por ano. E os principais
destinos serão a América do Sul – que não verá uma adição
à capacidade até o
fi
m desta década – e a Ásia – que mesmo com a construção de novas petroquímicas na China ainda
verá seu déficit crescer.
Até 2019 a oferta global de polietilenos cresce 23 milhões de toneladas. A demanda, atualmente em 84,8 milhões de toneladas, deve atingir 105,4 milhões de toneladas em 2019 – um crescimento médio de 4,9% ao ano,
aponta o levantamento, apresentado pelo diretor Global de
Poliole
finas e Plásticos da IHS, Nick Vafiadis, na Conferência Latino-americana sobre Polímeros e Petroquímicos.
A construção de novas plantas petroquímicas adiciona
10,7 milhões de toneladas de eteno e 9,9 milhões de toneladas de polietilenos à capacidade instalada na América do
Norte.
Essa soma nem contabiliza o projeto Ascent – anunciado pela Braskem. “Entre 2009 e 2013 tivemos mais 25
milhões de toneladas de capacidade no mundo – a maior
parte adicionada no Oriente Médio e Ásia. Nos próximos
anos veremos que a situação é bem diferente. Temos aumentos na Ásia e Oriente Médio, mas mudanças significativas principalmente na América do Norte, devido ao baixo
custo do etano”, observa Vafiadis.
O advento do shale gas fez com que os preços do gás natural se descolassem dos preços do petróleo – para aproxima-damente 25% do custo equivalente em BTU. Isso modificou
o parâmetro de competitividade das resinas produzidas nos
EUA – nos últimos anos, as taxas de operação das plantas petroquímicas americanas superam os 90%. “Um delta significativo se abriu entre as diversas matérias-primas. Esperamos
que os preços do etano, que estão em níveis muito próximos
do gás natural, aumentem a partir de 2016 ou 2017 à medida
que a entrada em operação dessas novas unidades aumente
a demanda. Mas a questão é que o etano, justamente devido
ao shale gas, está se tornando uma vantagem não apenas no
curto prazo, mas de forma sustentável em relação a outras
matérias-primas”.
Atualmente, a preci
ficação do eteno e dos polietilenos é
balizada pelos preços da nafta – que atende a 46% do suprimento de matéria-prima para a produção de eteno. Com
a entrada em operação das novas unidades na América do
Norte e Ásia, o etano deve ampliar a sua fatia – atualmente
em 36% – da mesma forma que a produção a partir de carvão e metanol, que representa menos de 1%, crescerá com os
novos projetos na China. Nos últimos cinco anos, os preços
da tonelada de eteno no mercado norte-americano caíram de
US$ 800 para menos de US$ 400 – bem próximo da cotação
no Oriente Médio. Nesse período, a capacidade de produção
de eteno cresceu 25 milhões de toneladas, a maior parte no
Oriente Médio e Ásia. Para os próximos cinco anos, os novos
projetos acrescentam 31 milhões de toneladas – o que representa um crescimento médio de 3,9% ao ano na capacidade.
A demanda, segundo as projeções da IHS, cresce 4,1% no
período 2014-2019. |