São Paulo, 28 de setembro de 2016

Empresas buscam se adequar ao novo patamar de preços

 

A retração dos investimentos em exploração e produção tem exigido ajustes da cadeia de fornecedores. A Onesubsea, que investiu para ampliar a fábrica de árvores de natal localizada em Taubaté / SP, reduziu em 60% o numero de funcionários que tinha em 2013. “O dilema não é só nosso, mas da indústria em geral”, afirmou o diretor presidente da empresa no Brasil, Juan Arango.

A Onesubsea já havia revisado com a Petrobras o cronograma de entrega de equipamentos, na primeira rodada de renegociações que a petroleira teve com os fornecedores. Agora está no meio de uma nova negociação dos contratos de para adequá-los ao novo plano de investimentos. Para Juan, a receita para tornar competitivos os projetos passa pela colaboração entre fornecedores e petroleiras.

O Plano de Negócios e Gestão anunciado pela Petrobras na semana passada reduziu em 44% o orçamento dos projetos de exploração e produção em relação aos valores investidos em 2010.

Outras operadoras esperam aumentar os investimentos nos próximos anos. A Queiroz Galvão Exploração & Produção prevê investir US$ 95 milhões em 2017 – embora abaixo dos US$ 115 milhões investidos em 2015, é mais do que o orçamento de US$ 60 milhões deste ano. “Uma empresa como a nossa necessita ter fluxo de caixa previsível”, justificou o CEO da QGEP, Lincoln Guardado.

A Statoil também prevê a retomada dos investimentos para os próximos anos – o montante ainda está em discussão. O presidente da empresa no Brasil, Päl Eitrheim, disse que a fase 2 do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, foi viabilizada após mudanças no projeto terem reduzido o breakeven de US$ 70 para para US$ 45. Eitrheim lembrou o Brasil compete com outras províncias por investimentos, e precisa apenas ajustar a regulamentação para se tornar mais competitivo.

O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Jorge Camargo, avalia que o Brasil poderia capturar entre 7% e 10% dos investimentos globais com mudanças na regulação – que inclui aperfeiçoamentos na política de conteúdo local e o fim da operação única no pré-sal. “Setores de infraestrutura e construção civil dependem da retomada da economia para voltar a crescer. A indústria de petróleo só depende do preço do petróleo”.

Os executivos participaram do evento “Brazilian Oil and Gas industry in transition”, promovido pela Câmara de Comércio da Noruega no Brasil.

 
 
 

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