São Paulo, 31 de março de 2016

Produção, vendas internas e demanda de químicos registram queda

 

Os principais índices do segmento de produtos químicos de uso industrial mostram resultados desfavoráveis no primeiro bimestre do ano, de acordo com levantamento preliminar da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim. Nesse período, as empresas do setor e as cadeias consumidoras de produtos químicos deveriam estar recompondo estoques.

O índice de produção recuou 1,69% sobre igual período do ano passado, enquanto o de vendas internas teve declínio expressivo, de 6,03%, em igual comparação. O consumo aparente nacional, que mede a demanda interna, apresentou retração de 5,9% nos dois primeiros meses do ano. Na série histórica, o patamar médio do primeiro bimestre de 2016 é o segundo pior dos últimos dez anos, só ficando abaixo do resultado verificado em igual período de 2009.

Os níveis de produção de químicos só foram mantidos em patamares seguros de operação graças ao volume exportado, que teve alta de 47,3% nos dois primeiros meses do ano, em função da taxa de câmbio. “A desvalorização do real no ano passado trouxe impactos positivos para a balança comercial do setor, mas parte desse ganho pode se perder com as flutuações que estão ocorrendo no período recente. Deve-se registrar ainda que o câmbio, apenas, não é suficiente para estimular uma competição mais efetiva no mercado internacional e alavancar a produção”, avalia a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

As perspectivas não são animadoras para os próximos meses. “A economia em recessão puxa mais intensamente a atividade do setor para baixo do que para cima nos momentos de crescimento”, ressalta Fátima Giovanna.

O efeito combinado do aumento do pessoal alocado na atividade produtiva sem a contrapartida do aumento físico da produção puxou para baixo o índice de produtividade – que caiu, em média, 0,3% ao ano entre 2007 e 2015. Enquanto o pessoal ocupado aumentou 0,5% ao ano nesse período, a produção cresceu 0,2% ao ano. Segundo Fátima Giovanna, a elevação do pessoal na área é fruto, especialmente, de exigências trabalhistas, como redução do número de horas nos turnos e necessidade de contratação de posições relativas à segurança.

 
 
 

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