São Paulo, 03 de maio de 2016

Oil & Gas Day discute oportunidades em meio a investimentos retraídos

 

A Onesubsea transformará a fábrica brasileira em uma base de fornecimento global de árvores de natal. A unidade, que já tem em seu histórico algumas exportações, é uma das mais competitivas do grupo. No Golfo do México, a Shell já utiliza árvores de natal produzidas pela FMC Technologies no Brasil. Esses dois exemplos ilustram as oportunidades de exportação da indústria nacional.

“Técnicos da Shell vieram ao Brasil avaliar uma fábrica de bombas centrífugas e verificaram que a unidade brasileira é melhor do que a planta instalada em Houston. Outro caso que chama a atenção positivamente é a fabricação de turbinas”, aponta o gerente de Contract & Procurement da Shell no Brasil, Paulo Fortes.

O executivo participou do Oil & Gas Day promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - Abimaq na Feimec. No evento, representantes de petroleiras e fabricantes de equipamentos discutiram as oportunidades no atual cenário marcado por retração de investimentos.

“Todas as grandes empresas, incluindo os fornecedores, estão tentando trabalhar de uma forma distinta. Verdades que considerávamos absolutas estão sendo revistas – isso inclui a prospecção de novos fornecedores e um número maior de processos de concorrência”, afirma Paulo Fortes.

Na Shell, por exemplo, os pedidos de extensão de contratos vigentes estão sendo negados. A área de Procurement quer, antes, buscar novas oportunidades. Na avaliação da Shell, 40% do potencial benefícios em uma contratação estão ligados à especificação técnica ou escopo de serviço, outros 40% estão ligados à demanda e somente 20% ao preço.

A companhia vem propondo o compartilhamento de ativos com outras operadoras – como a divisão da frota de helicópteros – e a redução da quantidade de encomendas. “Outra quebra de paradigma bastante significativa é tentar sair da definição de especificação técnica para uma definição de funcionalidade. Ao invés de tentar dizer para o fornecedor o que ele tem que fazer, queremos que ele, que é o especialista, apresente o produto que garanta qual é o resultado que aquele equipamento tem que ter”.

Os palestrantes do painel apostam na retomada dos investimentos – com base em projeções da consultoria Rystad Energy, o diretor de Vendas e Marketing da SBM, Rafael Thomé, apontou o reequilíbrio da oferta e da demanda no mercado global de petróleo em um período de 12 a 18 meses. “Nos próximos três anos veremos a encomenda de quatro FPSOs – dois vindo da Petrobras e dois das outras IOCs. Esse crescimento das IOCs traz uma competitividade para o mercado brasileiro que vai beneficiar todos nós”.

 
 
 

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