A Comissão de Valores Mobiliários - CVM abriu um processo administrativo para analisar a contabilidade de “hedge” adotada pela Petrobras. O processo foi motivado por queixa feita pelo ex-conselheiro da companhia, Mauro Rodrigues da Cunha.
A CVM pediu esclarecimentos à Petrobras e concedeu prazo até dia 15 para resposta. Após essas explicações, a autarquia pode encerrar o caso, abrir um processo sancionador, ou aprofundar análise por meio de um inquérito.
Desde 2013, a Petrobras usa seus contratos de exportação de petróleo para diminuir o efeito da variação cambial sobre sua dívida em dólar. No fim do ano passado, 74% da dívida da Petrobras era em dólar.
Mauro da Cunha solicitou que os balanços de 2013, 2014 e 2015 da estatal sejam refeitos, pois essa prática contábil, além de levar o investidor a interpretar equivocamente a realidade econômica, pode ainda servir de conforto para que a administração assuma risco cambial desproporcional, e fazer com que a companhia seja obrigada a pagar dividendos obrigatórios e participações nos lucros aos empregados, mesmo em situações onde seu endividamento exploda.
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