São Paulo, 21 de outubro de 2015

Programa Nacional de Gás Natural pedirá separação de correntes em UPGNs

 

A indústria química, que vê nas reservas do pré-sal o acesso a matéria-prima barata, está concluindo um Programa Nacional do Gás Natural Matéria-Prima – que será entregue ao Ministério de Minas e Energia e ao Conselho Nacional de Política Energética. Ele prevê três fases: uma emergencial, para dar competitividade as 15 empresas que consomem metano como matéria prima, uma de estimulo à separação das correntes de etano e propano nas unidades processadoras de gás natural – tanto as UPGNs existentes quanto as que vierem a ser construídas teriam unidades separadoras de líquidos – e a realização de leilões estruturantes do petróleo e do gás que, de acordo com o regime de partilha, pertence à União. Pelos cálculos da Associação Brasileira da Indústria Química, essas ações podem resultar em um investimento de US$ 4 bilhões no complexo químico e reverter em mais US$ 2 bilhões as despesas com importação.

“A química é a maior usuária do gás como combustível e a única como matéria-prima. Das 20 empresas que usam a fração metano como matéria prima, cinco já fecharam nos últimos cinco anos por falta de competitividade. A ociosidade é de 35%, e se estivessem operando a plena carga elas estariam consumindo apenas 1,8% do gás que é vendido pelas distribuidoras”, lembrou a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

A executiva loi participou hoje do Workshop Energia – Petróleo e Gás Natural: Perspectivas e Desafios, promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo.

Na produção de alguns produtos químicos, como amônia e uréia, o gás natural representa até 80% dos custos. E a retirada de alguns incentivos – como a revogação do Regime Especial da Indústria Química - Reiq, que reduzia a alíquota do PIS/Cofins sobre matérias-primas, e o cancelamento do desconto de 20% que a Petrobras concedia sobre o preço do gás natural de origem nacional – só piora a já combalida situação. “Só a retirada do desconto da Petrobras vai onerar os custos das empresas em R$ 320 milhões”.
 
 
 

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