São Paulo, 25 de fevereiro de 2015

Menor orçamento da Petrobras deve impactar em 10% dos investimentos do país, avalia Abimaq


A crise instalada no setor de petróleo e gás é, na avaliação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, a maior já atravessada pelos fabricantes de equipamentos – muitas dessas empresas têm enfrentado inadimplência e alguns já entraram em recuperação judicial. "A crise na Petrobras é uma questão extremamente relevante e tem um impacto muito forte na cadeia de fornecedores", explicou o assessor da presidência da entidade, Lourival Junior Franklin, durante a apresentação dos indicadores conjunturais.

Pelas contas do diretor de competitividade da entidade, Mario Bernardini, as perspectivas de cortes no Plano de Investimentos da Petrobras devem reduzir em até 10% o montante de investimentos previstos por todos os segmentos em 2015.

O cenário também não é alentador para o comércio exterior. A volatilidade das cotações do dólar ainda impede que a depreciação cambial tenha efeito nos preços de bens de capital. “O meu câmbio de exportação é sempre mais baixo do que a cotação oficial. Se o câmbio hoje é R$ 2,85, eu preciso levar em conta que, com a volatilidade, o dólar pode estar em R$ 2,60”, explica Bernardini.

No início deste ano, a venda de tubos elevou em 67,7% as vendas da indústria de máquinas para petróleo e energia renovável, em comparação com os números registrados pela Abimaq em dezembro. Esse foi o único dos setores que registrou aumento no comparativo. Quando comparados com janeiro do ano passado, no entanto, os números são 46,9% menores. As importações também registraram aumento de 1743,5%, fortemente impactadas pela chegada do FPSO Cidade de Itaguaí ao estaleiro Brasfels, vindo da China – em comparação com as importações registradas em janeiro de 2014, o crescimento foi de 13,9%.

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