São Paulo, 05 de dezembro de 2014

Subsídio ao preço de petróleo para petroquímica deve gerar arrecadação maior, aponta estudo



O governo pode aumentar a arrecadação em pelo menos US$ 500 milhões caso destine sua parte do petróleo extraído do pré-sal para a indústria petroquímica. É o que aponta um dos capítulos do Estudo do potencial de diversificação da indústria química brasileira, encomendado pelo BNDES à Bain & Company e Gas Energy.

De acordo com o estudo, a isenção de impostos a 200 mil barris por dia – que, de acordo com o regime de partilha, pertencem à União – reduziria de US$ 500 milhões a US$ 1.200 milhões a arrecadação. Mas isso seria compensado com a arrecadação de US$ 1.000 a US$ 1.300 milhões gerada na cadeia petroquímica a partir de 2025. Além disso, viabilizaria um investimento de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões e impactaria o superávit da balança comercial entre US$ 5 bilhões e US$ 7 bilhões.

Este ano, o faturamento líquido da indústria química brasileira crescerá apenas 0,3% em relação ao resultado registrado em 2013, para US$ 156,7 bilhões segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria Química. O segmento de produtos químicos de uso industrial – onde está agrupada a cadeia petroquímica – corresponde a US$ 69,7 bilhões, um recuo de 3,9% ante o ano passado.

As exportações de produtos químicos devem encerrar o ano em US$ 14,4 bilhões e as importações em US$ 46 bilhões. Puxado para baixo pela queda na demanda, o déficit da balança comercial do setor deve ficar em US$ 31,6 bilhões, uma queda de 1,25% em comparação com 2013. Apenas o segmento de produtos químicos de uso industrial deve responder por US$ 24,1 bilhões desse déficit – resultado de US$ 11,9 bilhões em exportações e US$ 36 bilhões em importações.

O levantamento também estima que as empresas do setor não conseguem viabilizar investimentos em aumento na capacidade instalada. Até 2019, o volume de investimentos projetado é de US$ 5,8 bilhões. “As empresas conseguem viabilizar projetos marginais, que tenham lógica econômica muito forte, como a construção de um elo que falte em uma cadeia produtiva que já exista, o desgargalamento ou a conversão de linha para a fabricação de um produto que tenha valor agregado mais alto”, explica o presidente do Conselho Diretor da entidade, Carlos Fadigas.

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