São Paulo, 04 de Setembro de 2013

Crescimento da demanda exige construção de seis novas petroquímicas por ano


 

A capacidade de produção de eteno, somadas as petroquímicas espalhadas pelo mundo, alcançou este ano 154 milhões de toneladas – enquanto a demanda soma 133 milhões de toneladas. Nos próximos cinco anos, a demanda crescerá 4,2% ao ano, chegando a 165 milhões de toneladas. “Colocando isso em perspectiva, o que vemos é o crescimento anual de 6,4 milhões de toneladas, o que representa seis crackers de escala mundial, com até 1,5 milhão de toneladas de capacidade a cada ano para atender à essa nova demanda”, avalia o diretor de Poliolefinas e Plásticos da IHS, Nick Vafiadis. O consultor apresentou as projeções durante o Latin American Petrochemical & Polymers Conference, realizado em São Paulo. Segundo Vafiadis, os novos projetos petroquímicos continuam sendo erguidos nas regiões que apresentem maior demanda ou menores preços de matérias-primas – com maior destaque para a China, que reduzirá a dependência externa com a entrada em operação de novos projetos a partir das grandes reservas de carvão. Atualmente, 47% do eteno é produzido a partir de nafta – o etano representa 36% do suprimento. A tecnologia coal-to-olefins ainda representa 0,2% da produção. Mas 30% dos projetos de polietilenos anunciados na China estão baseados nessa tecnologia. “Dependendo da proximidade das minas de carvão, seja na China central ou oeste, alguns produtores conseguem chegar aos custos mais baixos de produção, porque o carvão sai virtualmente de graça”, afirma Vafiadis. Entre 2008 e 2012, os novos projetos acrescentaram quase 19 milhões de toneladas à capacidade global – concentrada principalmente na Ásia e no Oriente Médio. Os projetos monitorados pela IHS devem acrescentar 26 milhões de toneladas até 2018 – agora a produção no Oriente Médio cresce a um ritmo mais lento, e a maior parte dos novos empreendimentos estará localizada na Ásia e na América do Norte, baseado no baixo custo do shale gás – de 2016 a 2020, novas plantas elevam a capacidade de produção na América do Norte em 9,5 milhões de toneladas. No Brasil, além da elevada estrutura de custos – 78% da produção estar baseada em nafta e 52% do suprimento ser importado – a taxa cambial afeta a competitividade do país. “A perspectiva e o timing do Comperj mudaram desde o anuncio inicial – hoje o que podemos dizer é que os craqueadores propostos estão se afastando de nafta, para um conjunto de matérias-primas mais leves. Haverá uma decisão de prosseguir ou não provavelmente ao final de 2014. Se a decisão for de continuar, esperamos que o Comperj entre em operação apenas em 2019”.


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