São Paulo, 25 de Junho de 2012

Plano de Negócios 2012-2016 traz metas "mais realistas"


 

Nos próximos cinco anos, a Petrobras prevê investir US$ 236,5 bilhões em 980 projetos – 833 deles, com aporte de US$ 208,7 bilhões, já estão em andamento. Outros 147 projetos, que representam de US$ 27,8 bilhões, fazem parte de um grupo de projetos em fase de avaliação e podem até ceder espaço para outros que representem maior geração de caixa para a companhia. "Haverá uma grande competição entre esses projetos. São projetos em fase inicial, que demandarão de seus diretores grande criatividade, e um trabalho exaustivo em planejamento com vistas a redução de custo", afirmou Graça Foster, durante o detalhamento do Plano de Negócios ao mercado. O Plano de Negócios 2012-2016 representa um aumento de 5,2% nos investimentos, em comparação com o valor previsto no período 2011-2015. Do total, a Área de E&P ficou com 60% do orçamento – o que corresponde a US$ 141,8 bilhões. Nenhum dos projetos dessa Área foi colocado no grupo dos investimentos em avaliação. Embora com mais recursos, as metas de produção foram reduzidas – ou mais realistas, como definiu a presidente da Petrobras.

Após um trabalho de revisão dos projetos para definir a curva de produção de petróleo, a nova meta prevê a produção de 2,5 milhões de barris de petróleo e LGN em 2016 – no plano 2011-2015, a projeção era de 3,07 milhões de barris produzidos em 2015. A previsão de produção diária para 2020 é de 4,2 milhões de barris - as projeções no Plano 2011-2015 eram de 4,91 milhões de barris. US$ 49,7 bilhões estão destinados ao pré-sal – 24% de todos os investimentos previstos em exploração e 49% dos previstos em desenvolvimento da produção. Outros US$ 18 bilhões serão alocados nas áreas da Cessão Onerosa, sendo 8% dos investimentos em exploração e 18% dos previstos para desenvolvimento da produção. As áreas do pós sal receberão US$ 17,5 bilhões em exploração e US$ 30,2 bilhões em desenvolvimento. Até 2016 serão 19 novos projetos de produção offshore entrando em operação.

Graça também ressaltou que o programa de gestão de conteúdo local tem como princípio uso da disponibilidade física local a favor da empresa – e não um dogma nacionalista. A presidente mostrou que os atrasos não são exclusividade dos fornecedores nacionais: as 10 sondas contratadas no mercado externo em 2011, com conteúdo local zero, somaram 542 dias de atraso. "As companhias de bens e serviços no Brasil dão o máximo de si, com custos e prazos semelhantes, ou próximos, ou melhores do que aqueles que possamos ter no exterior é uma disponibilidade física extremamente valiosa aos nossos projetos". Prazos não cumpridos, com elevação de custos, levaram a Petrobras a rever o cronograma de entrada em operação das quatro novas refinarias. O exemplo mais claro é a Refinaria Abreu e Lima - Rnest, que até agora tem 55% das obras executadas – pelo planejamento inicial, o primeiro trem da refinaria deveria entrar em operação em novembro do ano passado.

O novo prazo, agora, é novembro de 201 4. O orçamento também foi revisto: dos US$ 2,3 bilhões previstos no primeiro projeto desenhado em setembro de 2005 para US$ 17,1 bilhões na última revisão. "A Rnest é uma história a ser aprendida, escrita, lida pela companhia, de tal forma a que não seja repetida". Para reforçar seu caixa e garantir os investimentos, a companhia buscará a paridade de preços dos combustíveis entre o mercado doméstico e o internacional nos próximos anos – o primeiro passo foi anunciado no dia 22 de junho, com o reajuste de 7,83% nos preços da gasolina e no 3,94% no diesel nas refinarias. "Quando se investe o que a Petrobras vem investindo ao longo do ano, é fundamental que permanentemente estejamos discutindo internamente e com o Conselho de Administração a nossa capacidade de investimento frente a pressão do caixa da companhia, quando temos um aumento de importação maior de gasolina, como aconteceu este ano".



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