Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2011

Descompasso entre demanda e oferta resultará em aumento do preços do barril

Um descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do barril de petróleo no mercado internacional subam 43,1%, saltando de um patamar médio de US$ 89 para US$ 127 até o final da década. No Brasil, a trajetória de subida dos preços será menos aguda – 18,7%. As projeções constam do estudo “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, produzido pela Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos. Para o etanol, o estudo projeta que os preços no mercado internacional subam 125,9% no período – no Brasil, a alta será de 7%. As projeções tomam como principais condicionantes das trajetórias de preços a oferta de petróleo, a ampliação da capacidade produtiva de etanol, políticas de subsídio à produção de etanol, além das medidas de eficiência e substituição energética, potencial de crescimento macroeconômico, cenário câmbial e política de preços para a gasolina no Brasil. "A época do petróleo barato se esgotou”, afirma o coordenador da FGV Projetos, Fernando Blumenschein. A trajetória de alta limitará o crescimento de praticamente todas as economias – significando um hiato de 0,52 ponto percentual em relação ao crescimento potencial do PIB mundial. Para o mercado interno, no entanto, o reflexo dessa realidade depende da disposição política em repassar o aumento ao consumidor – o estudo prevê que a política de preços será flexibilizada até o final da década, com os preços da gasolina na bomba passando de R$ 2,50 para R$ 2,96 o litro. Essa transição também impactará os preços do etanol na distribuidora, que subirá 7% e atinge R$ 1,69/litro até 2020. O estudo desenha outras duas análises – uma mais conservadora, em que as principais condicionantes abaixo da média histórica e outra com as variáveis extrapolando as médias históricas. No primeiro caso, o preço do barril chegaria a US$ 120 em 2020, enquanto que na análise mais extrema atinge US$ 134.


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