São Paulo, 19 de maio de 2008

Congresso: Economias em desenvolvimento trazem mais perspectivas para petroquímica


O crescimento da economia será um indicador muito mais correlacionado com o crescimento da demanda de plásticos nos países em desenvolvimento. E os países do Bric compensarão a desaceleração da economia nos países desenvolvidos. A afirmação foi feita pelo consultor Mark Eramo, da CMAI, durante a abertura do 8º Congresso Brasileiro de Petroquímica. “Se tivermos que converter o crescimento da demanda de eteno com o PIB, vamos ver uma correlação muito precária, porque nos mercados maduros temos o impacto de outros fatores. Mas nos países em desenvolvimento, ainda temos muita infra-estrutura para construir”, disse Eramo, sem detalhar o quanto o crescimento do Brasil, Rússia, Índia e China podem contrabalancear a desaceleração da economia nos EUA.

A economia mundial experimentou crescimento econômico sustentado – e a indústria viu suas margens de rentabilidade avançarem. Mas a partir deste ano a “gripe americana” começa a contaminar muitas economias. O consultor comparou o crescimento do consumo em 1991 – quando a demanda por eteno cresceu quatro vezes e o consumo de propeno cresceu 6,5 vezes o PIB mundial – para comparar a queda da elasticidade do consumo das duas matérias-primas. “O preço do petróleo aumentou e os preços das matérias-primas plásticas também subiram. Por isso os consumidores estão buscando outros materiais, ou os produtores encontram formas de usar menos matéria-prima. Ainda há a questão da sustentabilidade, com o elemento ‘reciclagem’”.

Pelas projeções da CMAI, o mundo consome 115 milhões de toneladas de eteno por ano – 52% oriundos da nafta e do gasóleo e 29% do etano. 59% dessa produção é transformado em polietilenos. O consumo de propeno gira em torno de 70 milhões de toneladas – 64% produzidos nas centrais de primeira geração e 30% nas refinarias. A produção de polipropileno consome 66% do propeno produzido mundialmente. (Flávio Bosco)


<<< voltar ao índice