São Paulo, 28 de agosto de 2008

Abimaq negocia participação de brasileiros no projeto de industrialização da Venezuela


A estatal venezuelana PDVSA tem se aproximado das empresas brasileiras que fabricam máquinas e equipamentos criar parcerias para industrializar a Venezuela. Nas reuniões com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – Abimaq, os dirigentes da petroleira têm mostrado o plano de investimentos – que até 2021 desembolsará US$ 55 bilhões – como atrativo para os empresários brasileiros se instalarem em território venezuelano.

A proposta do governo venezuelano é criar empresas de capital misto para a produção local de equipamentos – com 60% do capital nas mãos da PDVSA. Os empresários dispostos a participar dos empreendimentos poderiam aportar capital, tecnologia ou treinamento de mão-de-obra. O presidente Hugo Chávez já anunciou US$ 3 bilhões por ano nesses projetos de industrialização – que inclui o setor de petróleo, infra-estrutura e alimentos.

Em 2007, a PDVSA comprou US$ 10 bilhões em equipamentos para exploração e produção. Desse valor, 84% foram importados – embora apenas US$ 100 milhões tiveram o Brasil como origem. O plano de industrialização quer elevar o índice de conteúdo local para 70% das aquisições. Algumas iniciativas já são observadas no fornecimento de matérias-primas – como a aquisição de corpos de válvulas para montagem local e aço API para produção de tubos.

A estatal também enfrenta dificuldades para obter os equipamentos e serviços –, por conta da crescente demanda da indústria do petróleo. Para se ter idéia, os custos de sondas de perfuração passaram de US$ 10 milhões para US$ 50 milhões nos últimos quatro anos. “Estamos promovendo outras alianças com empresas alemãs, russas e chinesas”, disse Eduardo Quintero, diretor da PDVSA Industrial – subsidiária criada pela PDVSA para fomentar o desenvolvimento da indústria local.

Quintero esteve na comitiva que veio ao Brasil apresentar uma lista de oportunidades para a Abimaq – que agora irá indicar potenciais parceiros. A lista de equipamentos mais demandados pela PDVSA inclui sondas para perfuração, tubos, válvulas, compressores, cabos submarinos e cabeças de poço. “Como nossas capacidades estão tomadas pelas encomendas da Petrobras, faz sentido um projeto como esse, de criar novas fábricas”, avalia o vice-presidente da entidade, Carlos Pastoriza.

Atualmente, a PDVSA produz 3,3 milhões de barris por dia. Em 15 anos, pretende dobrar essa produção. “Se somarmos o mercado brasileiro e venezuelano, podemos desenvolver muito mais”, aponta Quintero, lembrando que a prioridade do Governo é se aproximar dos países sul-americanos.

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