Notícias online — Abril de 2004
Rio de Janeiro, 05 de abril de 2004
Petrobras desiste de construir oleoduto

A Petrobras continuará escoando por navios o petróleo produzido na Bacia de Campos até às refinarias de São Paulo. Sem solucionar o impasse criado com o Governo do Estado do Rio, o Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de Óleo da Bacia de Campos foi suspenso. A informação foi dada pelo próprio presidente da companhia, José Eduardo Dutra.

A plataforma de rebombeio PRA-1, que seria usada no projeto anterior, será ligada a duas monobóias e a um navio do tipo FSO.

O primeiro trecho do projeto contempla dutos submarinos ligando as plataformas P-40, P-51, P-52, P-53, P-55 e RO-4 à PRA-1. No segundo trecho, o petróleo será bombeado da PRA-1 para um navio armazenador (FSO) e para as monobóias, onde os navios aliviadores receberão o óleo para ser transportado até os terminais da Ilha D'Água e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro e de São Sebastião, em São Paulo.

A Regap e a Reduc serão abastecidas pelos terminais localizados no litoral fluminense e as de São Paulo (Revap, RPBC, Recap e Replan) pelo terminal de São Sebastião. "A alternativa garante o abastecimento para as refinarias da região Sudeste e não implica em modificações nos projetos das plataformas", disse José Eduardo Dutra.

O novo projeto - que contempla quatro navios capazes de transportar 1 milhão de barris de petróleo cada, uma unidade de rebombeio - representará um investimento de R$ 2,7 bilhões - a construção de um oleoduto ligando Bacia de Campos a São Paulo representaria um volume de investimento de R$ 4,6 bilhões.

A Petrobras voltará a se reunir com o grupo de bancos estrangeiros para estruturar a nova engenharia financeira do programa. No modelo elaborado anteriormente, a construção do oleoduto seria financiada pela Mitsui. A parte marítima estava a cargo de outro grupo japonês, a Mitsubishi com financiamento do JBIC e vários outros bancos.

O novo projeto vai concentrar 90% do transporte de óleo por meio de navios em 2007 - quando a produção deverá ter mais 500 mil barris diários com a entrada em operação das plataformas P-51 e P-52. Antes, a previsão era transportar apenas 60% dessa maneira.

A companhia havia planejado construir um oleoduto que atravessaria todo o Estado do Rio de Janeiro. Mas conflitos com o Governo do Estado impediram a concretização do projeto.

O secretário de Petróleo do Estado, Wagner Victer, afirmou que a decisão vai ao encontro do que o Estado vem se posicionando. "Afinal, acreditamos ser inadequada neste momento a discussão sobre a construção de um oleoduto, que é um projeto de logística permanente de escoamento Bacia de Campos, sem debatermos em conjunto a ampliação do Parque de Refino brasileiro, em especial o da região sudeste".




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