Oficialmente criada na última sexta-feira, após a assembléia
geral extraordinária que aprovou a incorporação da OPP pela Copene, a
Braskem parte agora para a segunda fase do processo de integração, a ser
concluída até o final do ano - quando serão incorporadas as participações
remanescentes na Trikem, Polialden e Nitrocarbono.
A nova empresa já se projeta como a maior petroquímica da América Latina:
nasce como um faturamento de cerca de R$ 7 bilhões e ativos avaliados
em R$ 12 bilhões. "Já nascemos com uma liderança incontestável no mercado
de termoplásticos na América Latina", explicou José Carlos Grubisich,
presidente da Braskem.
Os grupos Odebrecht e Mariani formarão um consórcio que deterá 48% do
capital total da Braskem, enquanto a Norquisa terá 12%, Petroquisa com
11% , Previ com 3%, Petros fica com 1%, e os demais 25% estão em circulação
no mercado - free float.
As ações da empresa substituirão os papéis da Copene a partir de 2 de
setembro na Bovespa. Na Bolsa de Nova York, os ADR's da Copene serão substituídos
em 19 de setembro.
A formação da Braskem resultará em 115 sinergias operacionais, administrativas
e tributárias equivalentes a R$ 330 milhões por ano, ou R$ 950 milhões
em dez anos. "Com sinergias de ordem tributária, como a eliminação de
impostos na cadeia, a Braskem traz em si uma mini-reforma tributária",
conta o presidente da empresa.
Com uma capacidade de produção de 4.200 mil toneladas anuais - 3.200 mil
toneladas só de produtos petroquímicos básicos e termoplásticos - a geração
de caixa, segundo Grubisich, deverá passar de R$ 1,5 bilhões anuais. É
nesse valor, e no cenário petroquímico para os próximos anos, que a Braskem
se apoiará para reduzir seu endividamento, hoje em R$ 8,7 bilhões. "Estamos
falando de uma empresa de mais de R$ 7 bilhões de faturamento, R$ 1,5
bilhões de geração de caixa e R$ 330 milhões em sinergias. Possuímos ativos
modernos e competitivos e um cenário de retomada das margens, com picos
entre 2004 e 2005, que devem conduzir a Braskem a reduzir, de maneira
significativa, a divida nos próximos três anos".
Da dívida, R$ 5,7 bilhões são financiados - 28% em curto prazo, e 72%
em prazos superiores a 360 dias (com média de 3,3 anos). O patrimônio
líquido da empresa é calculado em R$ 3,3 bilhões.
Segundo o presidente da empresa, as exportações anuais deverão superar
US$ 380 milhões - 15% do faturamento. "A Braskem nasce entre os 15 maiores
exportadores brasileiros". (FB)
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