Bacia de Campos: 40 anos de produção – e pelo menos mais dez à frente
 
 
Petrobras aposta em know how da Statoil para elevar fator de recuperação dos campos maduros

Em 2017 a Petrobras comemora o 40º aniversário da extração do primeiro óleo na Bacia de Campos. Dessa área atualmente são extraídos todos os dias 1,37 milhão de barris de petróleo – é mais da metade do volume produzido pela Petrobras é extraído da Bacia de Campos, o que prova a sua importância para a geração de caixa da companhia. E, considerando apenas a sua reserva provada, há ali um volume suficiente para produzir por mais dez anos.

Os números já foram melhores – tanto de produção quanto de investimentos. Três anos atrás os campos da Bacia de Campos produziam 1,7 milhão de barris por dia. Além do declínio natural dos campos – que a Petrobras garante ser menor que a média dos campos maduros em águas profundas – a companhia concentrou os investimentos na manutenção das instalações existentes.
 
 
A retomada agora será impulsionada pela oferta de áreas na 14ª Rodada, a extensão dos contratos de concessão e as investidas em metodologias de recuperação avançada. A estrela é o bloco BM-C-33, onde estão os prospectos de Pão de Açúcar, Seat e Gávea – e recursos potenciais totais de 1 bilhão de barris de óleo recuperáveis. No campo de Peregrino, onde já produz 62 mil barris por dia, a Statoil planeja colocar uma terceira plataforma. O maior projeto da Petrobras na Bacia de Campos é a revitalização do campo de Marlim – que prevê o descomissionamento das plataformas em operação e a instalação de dois sistemas novos. Ainda este ano, a companhia planeja colocar em operação uma nova plataforma no campo de Tartaruga Verde.

O descomissionamento das plataformas antigas é outra atividade que promete movimentar a Bacia de Campos. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, 49 plataformas instaladas na Bacia têm mais de 25 anos de idade.

O interesse da Petrobras pode ser medido pela quantidade de ativos listados no plano de desinvestimentos: apenas 50% do campo de Tartaruga Verde chegou a ser negociado, sem sucesso, com a Karoon. A companhia quer trazer o know how da Statoil – reconhecida por ter índices de recuperação superiores a 50% em alguns campos no Mar do Norte – para elevar o fator de recuperação dos campos maduros. A maior parte dos projetos de recuperação avançada instalados na Bacia considera a injeção de água. O memorando de entendimentos assinado com a petroleira norueguesa prevê o acesso a essas tecnologias.

“Há muitas oportunidades na Bacia de Campos. A Statoil tem muito a agregar nesse processo”, afirma o sócio da KPMG para a Área de Óleo e Gás, Anderson Dutra.

Reportagem publicada na Revista Petro & Química – edição 371
 
<< voltar
 

 
Valete Editora Técnica Comercial Ltda. - Rua Fernandes Vieira, 45 – Belenzinho – São Paulo/SP