Revista Petro & Química
Edição 368 • 2016

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Petróleo & Gás
O desafio de revitalizar
Plataforma P-47, no campo de Marlim: concessão prorrogada até 2052
 
Prorrogação de concessões da Rodada Zero abre novas oportunidades na Bacia de Campos
 

Da Bacia de Campos são extraídos todos os dias 1,5 milhão de barris de petróleo. É quase 60% do petróleo produzido no país. Esses números já foram melhores. Hoje, segundo a Petrobras, a produtividade tem declinado em média 9% ao ano. Há dois anos, os campos da Bacia de Campos produziam 1,7 milhão de barris por dia. Para manter o volume atual, a Petrobras precisaria repor pelo menos 150 mil barris por dia a cada ano. Alguns desses campos têm idade bastante avançada. O desafi o é equacionar os investimentos necessários para aumentar seu fator de recuperação.

Porque esses investimentos competem diretamente com as áreas de maior produtividade do pré-sal da Bacia de Santos.

“A Bacia de Campos tem projetos com perfi s muito diversifi cados. A rentabilidade não é tão alta quanto no pré-sal, mas pode atrair algumas empresas focada em campos maduros ou em águas rasas, que tem custos menores de produção. Nesse momento as empresas estão focadas em redução de custos, e isso pode tornar atraente um conjunto de projetos na Bacia de Campos”, avalia o professor Edmar de Almeida, da UFRJ.

A Petrobras irá investir na revitalização dos grandes campos da Bacia de Campos em parceria com outras empresas. “Daremos ênfase a parcerias estratégicas para aumentar o potencial dessa Bacia, uma vez que vamos experimentar agora a extensão dos contratos da Rodada Zero”, disse a diretora de Exploração e Produção da companhia, Solange Guedes.

A prorrogação dos contratos da Rodada Zero – que ratifi cou os direitos da Petrobras sobre os campos que se encontravam em exploração e em produção antes da quebra do monopólio – está prevista na resolução CNPE 02/216. A concessão de Marlim e Voador foi a primeira a ter seu contrato prorrogado. Originalmente essa concessão terminaria em 2025. Agora a Petrobras terá mais 27 anos para extrair petróleo nos dois campos. Como contrapartida, a petroleira assumiu o compromisso de instalar duas novas plataformas na área. Outras áreas da Rodada Zero, como Albacora e Roncador, são candidatas a ter o prazo de concessão estendido. Nos planos de desenvolvimento desses campos, a Petrobras tem dado atenção ao gerenciamento da produção de água – um problema comum na Bacia de Campos.

O campo de Maromba é um caso particular. Ele está entre as 19 concessões identifi cadas pela Agência Nacional do Petróleo, que podem ser canceladas – de acordo com a resolução 02/2016, os campos que estejam parados há mais de seis meses devem retomar a produção em até um ano após serem notifi cados. Caso não cumpram a determinação, a Agência deve cancelar a concessão.

O campo foi descoberto através dos trabalhos exploratórios feitos no bloco BC-20, adquirido na Rodada Zero, mas não chegou a entrar em produção. Abrir mão de um campo produtor, que não pressiona seu fl uxo de caixa, para investir no desenvolvimento de outro projeto, é uma escolha difícil para a companhia – ainda mais para quem precisa manter a curva de produção apontada para cima. Mas esses campos maduros não deixam de ser boas oportunidades porque eles já geram receita. | Flávio Bosco

 
 
 
 
 


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