Revista Petro & Química
Edição 361 • 2015

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Palpite cientificamente embasado
Equipe do Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada da PUC-Rio envolvida no desenvolvimento do Octopus
 
Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada da PUC-Rio desenvolve ferramenta de apoio à definição do plano de drenagem

Uma ferramenta em desenvolvimento no Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada da PUC-Rio começará a ser adotada como auxílio na definição do plano de drenagem dos reservatórios de petróleo. Nos primeiros testes, aplicados pelos técnicos do Centro de Pesquisas da Petrobras, o Octopus – uma abreviação de Otimização Conjunta da Trajetória e Localização de Poços Utilizando Simulação de Reservatórios – apresentou resultados promissores, indicando um potencial aumento no valor presente líquido do campo – resultado da localização dos poços com foco na maximização da produção de óleo e redução da injeção e produção de água. “O percentual de ganho depende fundamentalmente do campo em questão. Em geral o VPL é maior em relação àquele obtido pelo plano de desenvolvimento estabelecido por um especialista, podendo ainda melhorar um plano preestabelecido fornecido como ponto de partida”, afirma o professor Marco Aurélio Pacheco, coordenador do projeto na PUC-Rio.

O sistema começou a ser desenvolvido no Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada no ano 2000, com o apoio da Petrobras – a princípio com o objetivo de criar uma ferramenta para a otimização de planos de drenagem baseado na simulação numérica de reservatórios. O trabalho evoluiu para atender aos novos desafios da indústria de petróleo – como os reservatórios com características geológicas complexas e modelagem composicional dos fluidos.

O plano de drenagem engloba a definição da quantidade de poços, da localização, do comprimento, da trajetória e do tipo de poço – produtor ou injetor de água ou gás. A otimização da produção de petróleo é uma tarefa de extrema complexidade, com muitas decisões estratégicas e operacionais tomadas a partir de uma série de alternativas possíveis.

O nome – Octopus, que em vários idiomas significa Polvo – e o logotipo do projeto sugerem um sistema de produção com várias linhas. A proposta do sistema é elaborar o plano de desenvolvimento do reservatório associando inteligência computacional, modelos matemáticos avançados, estatística e programação para entregar um sistema integrado com base de dados de sísmica e de produção. Os engenheiros poderão, por exemplo, otimizar a localização de poços de adensamento de malha ou definir os limites de vazão para uma plataforma. O sistema também admite que outras funcionalidades que forem desenvolvidas sejam incorporadas como plug-ins, o que facilita a sua extensão e modularização. “A capacidade de inferir informações geológicas e de produção de petróleo, gás e água cresce com a inclusão de novos modelos matemáticos, proxies e a computação massivamente paralela empregada”, explica o professor.

Atualmente o Octopus está na fase de avaliação dentro do Centro de Pesquisas da Petrobras – os técnicos aplicam a ferramenta em modelos de simulação representativos de campos reais. O próximo passo será colocá-lo em operação nas unidades da companhia. Na Copa do Mundo de 2010, o polvo Paul ficou famoso por prever os vencedores das partidas da Alemanha e da final. O Octopus da PUC-Rio tem uma missão um pouco mais séria.

 
 
 
 
 


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