Edição 337 • 2011

Operações integradas
Unidades Operacionais da Petrobras desenvolvem projetos para integrar operações
O gerenciamento integrado das operações tornou-se estratégico para as petroleiras darem conta de aumentar a extração de petróleo com a mesma quantidade de pessoas. Shell, ConocoPhillips, Statoil e, claro, a Petrobras já desenvolvem projetos pilotos para integrar suas operações cada uma de forma diferente, mas com o objetivo comum de trabalhar de forma mais colaborativa e agilizar a tomada de decisões. A companhia brasileira, por exemplo, tem o desafio de produzir 6,4 milhões de barris por dia em 2020. Para vencê-lo, terá que quebrar paradigmas na operação. “O mundo inteiro está migrando para o gerenciamento integrado de operações, e a Petrobras viu que isso era uma grande oportunidade para viabilizar o Plano de Negócios”, conta o coordenador do programa na Petrobras, Luiz Guilherme Santos.

O Gerenciamento Integrado de Operações ou GIOp, como foi batizado na Petrobras foi criado há dois anos na área de Exploração e Produção da companhia para articular a melhor interação de profissionais, processos e tecnologias na operação. Em cinco Unidades Operacionais BS, BC, ES, Sul e Rio grupos desenvolvem projetos piloto que identificarão os processos críticos e as oportunidades de melhoria para o gerenciamento integrado que deverá estar implantado a partir de 2013. O embrião dessa filosofia surgiu em 2005 quando foi concebido o primeiro programa de Gerenciamento Digital de Campos de Petróleo GeDIg. Projetos pilotos foram instalados em seis campos para avaliar quais seriam os ganhos com o trabalho em ambiente colaborativo. O foco estava centrado nas ferramentas. “Ninguém pensou em mudar o jeito de trabalhar, mas colocar ferramentas e automação para melhorar a atuação e ter mais dados em tempo real. Isso levou a um conhecimento interno”, explica Luiz Guilherme, que na época gerenciava o projeto no campo de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos. Agora os processos estão sendo remapeados, com o objetivo de sair de uma condição “as is” para a condição “to be” os projetos pilotos permitirão testar as condições que permitam esse salto.

A ênfase da gestão não está mais centrada nas ferramentas, mas nos processos, na infraestrutura e, principalmente, nas pessoas. Uma das principais lições aprendidas com o GeDIg foi a necessidade de um processo de gerenciamento de mudanças centrado nas pessoas porque sozinhas as ferramentas de última geração não seriam suficientes para elevar a produtividade ou reduzir os custos operacionais. O desafio, explica o executivo, é mudar a forma como a operação é realizada e não simplesmente melhorar o jeito como se faz hoje. Tecnologicamente, as sondas de perfuração e plataformas de produção estão prontas com número suficiente de pontos de medição de dados.

A maior demanda será definir a forma de compartilhar essa informação em tempo real ou no tempo certo, como os técnicos da Petrobras convencionaram classificar o período que esses dados precisam estar disponíveis para melhorar a tomada de decisão. Já está previsto, dentro do projeto, a construção de uma malha de fibra óptica para viabilizar esse compartilhamento de dados com maior confiabilidade. Análogo aos projetos nas unidades operacionais, as três áreas de serviços logística, poços e equipamentos submarinos que dão suporte às operações desenvolvem seus pilotos em paralelo, perseguindo a idéia de melhorar os processos e integrar o planejamento entre operação e a execução de serviços. Todos eles são implementados por um núcleo local e coordenados por uma gerência corporativa subordinada à Engenharia de Produção e Manutenção. Esse grupo reúne uma dezena de técnicos e funciona como facilitador e orientador numa ligação matricial para colocar todos os projetos dentro de uma metodologia comum.

Com o amadurecimento dos projetos, a Petrobras também terá uma visão mais clara do conceito de gestão integrada dos processos em um ambiente colaborativo que melhore o tempo para a tomada de decisão. “Essa idéia está ainda nascendo, e o foco do programa não é trazer a operação para terra, mas tudo o que puder ser feito em terra não deverá ser feito no mar. Vamos ter salas de visualização e vigilância de processos em terra e podemos até ter salas de controle em terra, a exemplo do que já existe em algumas Unidades de Operação”. Quando os primeiros projetos chegarem a fase de operação, será possível saber, por exemplo, se as ferramentas disponíveis atenderão ao gerenciamento integrado ou se algo novo precisará ser desenvolvido. Logo que os projetos concluam a fase de mapeamento de processos, os técnicos da Petrobras definirão as demandas necessárias ao mercado para fazer face a essa nova filosofia a interação entre a companhia e a cadeia fornecedora ainda é pequena, e só deverá ganhar musculatura a partir de 2012.
<<< Voltar

LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA NA EDIÇÃO IMPRESSA - Assine já

Assine já!

 
Na edição impressa

Petróleo & Gás
- BNDES destina R$ 4 bilhões para financiar cadeia de petróleo e gás

Excelência sustentável
- Petrobras investe US$ 1,9 bi para ampliar produção de etanol
 
 

Todos os direitos reservados a Valete Editora Técnica Comercial Ltda.
Tel.: (11) 2292-1838