Edição 335 • 2011

Análise crítica das áreas de risco para inflamáveis fixadas pela NR-16 utilizando modelagem e simulação

Érika Cristina Lourenço de Oliveira Universidade Potiguar – UnP
João Rui Barbosa de Alencar Universidade Federal Rural do Semi-Árido - Ufersa


Resumo:
As atividades de produção, armazenamento, movimentação e transporte de substâncias infl amáveis vem aumentando em nível global de forma signicativa nos últimos anos e com isso comunidades, bem como inúmeros trabalhadores, estão cada vez mais exposto aos riscos. No âmbito ocupacional as atividades e operações com infl amáveis podem ser consideradas periculosas ou não de acordo com a Norma Regulamentadora 16 do Ministério do Trabalho e Emprego. A norma é generalista, e colabora para avaliações simplistas e subjetivas por parte dos peritos nomeados em Juízo. O objetivo deste trabalho foi avaliar, de forma crítica, através da modelagem e simulação, os raios de ação das áreas consideradas de risco para infl amáveis, presentes na NR-16 considerando possíveis cenários de acidentes em cada atividade xada pela Norma. Os eventos com consequências de fogo e explosão são os mais comuns com estes químicos. Foi avaliada a magnitude dos raios de ação para vários níveis de radiação e picos de sobre pressão comparando com os denidos pela Norma. Os resultados mostram que as áreas de risco são função da magnitude do acidente e das condições operacionais de cada processo e instalação e que poderiam ter dimensões distintas das atuais constantes da legislação.


Acidentes com efeito dominó Uma visão mais realística da análise de riscos

João Rui Barbosa de Alencar Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais - DACS

Resumo:
O termo efeito dominó se refere a uma cadeia de acidentes ou situações em que a carga gerada por fogo e/ou explosões em uma unidade provoca acidentes secundários em outras unidades de um processo industrial. Estes acidentes têm seus efeitos potencializados quando comparados aos acidentes considerados isoladamente. Estudos anteriores, realizados em parques de tanques de GLP, e em estações coletoras de petróleo, indicaram que tais unidades são vulneráveis do ponto de vista da ocorrência de acidentes com efeito dominó e que os alcances dos efeitos de acidentes iniciados fogo e explosões superam as distâncias “seguras” adotadas em muitas plantas, muitas vezes originadas simplesmente de normas técnicas superadas que não incorporam ainda esta realidade do efeito dominó. A presença de sistemas xos de combate à incêndios foi avaliada e se mostraram imprescindíveis quanto a possibilidade de evitar a ocorrência de acidentes desta natureza ressalvados às taxas de aplicação de água. Considerando que a duração dos acidentes tem relação direta com a gravidade dos impactos e que é de fundamental importância para atuação dos procedimentos de emergência, neste trabalho objetivou-se também avaliar, o efeito da variável tempo na evolução de acidentes iniciados por fogo em plantas de processamento de infl amáveis hipotéticas e avaliar o potencial destes para causar acidentes secundários, considerando critérios diversos para ocorrência de eventos desta natureza.


Manter sinais de medição disponíveis Dispositivos de proteção contra surtos diretamente na cabeça do sensor

Eng. Jens Willmann Diretor de Marketing de Produto Proteção contra surtos Trabtech Phoenix Contact

Resumo:
Surtos, como aqueles provocados pela ação de raios, podem interferir no funcionamento e disponibilidade de instalações elétricas . Estas tipos de interferência envolvem são impulsos que se alteram rapidamente no tempo, denominados transientes, que atingem em poucos microsegundos amplitudes de vários kV. Essas fontes de iginição devem ser evitadas sobretudo em atmosferas com perigo de explosão, como em instalações petroquímicas. Em áreas com perigo de explosão, o tipo de proteção contra ignição “segurança intrínseca Ex i“ comprovou ser uma medida de proteção secundária. A ideia é limitar as tensões e correntes de modo que a mínima energia de ignição e a temperatura de ignição de uma mistura explosiva são sejam atingidas. De acordo com a DIN EN 60079-11, o isolamento entre o circuito de corrente intrinsecamente seguro e a caixa dos componentes e acessórios elétricos ou peças aterradas deve resistir ao valor efetivo de uma tensão alternada de teste . Este deve corresponder a duas vezes a tensão do circuito de corrente intrinsecamente seguro ou o minimo de 500 V CA, de acordo com o valor que for maior. Entretanto as diferenças de potencial provocadas por ciclos de manobras ou descargas atmosféricas apresentam amplitudes nitidamente superiores. Elas podem atingir valores de aproximadamente 10.000 Volts , os quais podem provocar a ruptura do isolante entre os condutores ativos e o terra. Deste modo, eliminam-se a disponibilidade e a segurança do sistema.


Quando a própria norma técnica compromete a segurança

Estellito Rangel Jr. Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade - Abracopel

Resumo:
As normas técnicas são elaboradas com a nalidade de estabelecer os requisitos mínimos para um produto ou serviço, atendendo de forma harmoniosa e consensual os interesses dos consumidores, produtores e “neutros”; ou seja, os textos devem refl etir as necessidades do consumidor, devem respeitar a capacitação fabril do produtor e devem estabelecer para os laboratórios de ensaios os critérios que avaliarão a conformidade. A elaboração de uma norma técnica é conduzida por uma Comissão de Estudo, que tem a missão de apresentar à sociedade um texto tecnicamente correto e harmonizado com as exigências dadas pelas leis e Regulamentos Técnicos aplicáveis, os quais são, dentro do conceito legal, hierarquicamente superiores. O processo de elaboração de uma norma técnica passa por várias fases: após o texto do Projeto de Norma ter sido concluído pela respectiva Comissão de Estudo da ABNT, ele segue para a Consulta Nacional, onde pessoas que não participaram da Comissão terão a oportunidade, através do acesso gratuito ao site da ABNT, de examinar o texto e tecer comentários, pois apesar do cuidado, alguns erros tipográcos, ou mesmo técnicos, podem ter passado despercebidos. Estes comentários serão posteriormente analisados pela Comissão de Estudo, que decidirá pela inclusão dos mesmos ou não, e somente então o Projeto de Norma poderá ser considerado aprovado e ser então enviado para publicação pela ABNT. Portanto, ao comprar uma Norma, o usuário espera receber um texto claro, harmonizado com nossos Regulamentos Técnicos, e que permita sua pronta aplicação pelos prossionais responsáveis. Porém, têm sido notados diversos confl itos nas normas ABNT tanto com outras normas ABNT, quanto a Regulamentos Técnicos, o que pode até acarretar riscos à segurança das instalações e usuários. O artigo traz exemplos de alguns confl itos e mostra porque uma norma brasileira não pode ser fruto de uma simples tradução ao pé-da-letra de uma norma elaborada fora de nossa realidade.


Adventos de novas tecnologias para CLPs de segurança

Raphael Castilho Gil Engº de Aplicação de Sistemas Yokogawa América do Sul Alex dos Santos Supervisor de Treinamento Yokogawa América do Sul Edison Nishimura Sakamoto Engenheiro de Sistemas Yokogawa Service

Resumo:
O artigo realiza um estudo que apresenta tendências e novas tecnologias na área de CLP de segurança que abrange os quesitos de hardware, software e rede, além de apresentar facilidades em geral provenientes dessas novas tendências. O artigo observa, porém, que mesmo com o advento dessas novas tecnologias, o CLP de segurança não deve fugir das normas que o regulamentam.


Avaliação de riscos em colunas de destilação ou reatores refrigerados: quando a análise regular Hazop não é suficiente

Carlos Marenco, Nicolau Serra, Alexandre Tresmondi, Fabiana Tedeschi, Pedro Metropolo, Cláudio Takase Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda

Resumo:
Um aumento de temperatura é um dos desvios nas variáveis de operação avaliados durante uma análise Hazop em um sistema de destilação ou reatores com resfriamento. Uma das causas deste desvio é a falta de água de refrigeração. Em complexos petroquímicos onde não exista um fl are, a consequência desta falta de água de refrigeração pode provocar a emissão de componentes orgânicos voláteis para atmosfera, causando algum tipo de poluição. Além disso, caso haja a presença de uma fonte de ignição poderá ocorrer um incêndio com consequências graves sobre a saúde das pessoas, além de poluição severa e perdas materiais importantes. A redução deste risco a níveis aceitáveis pode ser feita através da instalação de sistemas de segurança que atuam cortando o fornecimento de energia, seja o vapor introduzido na coluna ou o reagente químico. No entanto, em alguns sistemas, depois de ocorrido o evento de falta de água de refrigeração, nem mesmo a atuação do sistema de segurança bloqueando o fornecimento de energia pode ser suciente para uma parada segura da unidade. Durante um determinado período, ainda pode ocorrer volatilização de produto devido ao calor retido no sistema. Este evento subsequente pode levar à emissão de produto perigoso diretamente para atmosfera. Este trabalho tem como objetivo abordar estes estados transientes, propor um cálculo simplicado para a quanticar as potenciais emissões de compostos voláteis e discutir soluções para evitar a ocorrência destes cenários.


Segurança funcional: o contexto da norma IEC 61511

Peter Clark exida Asia Pacíco Tradução adaptada: Monica Hochleitner exida Brasil

Introdução
Embora a disciplina da segurança na indústria seja tratada por vários nomes desde os projetos de automação mais antigos, as normas internacionais que tratam especicamente da segurança funcional foram publicadas há alguns poucos anos. Apesar da boa aceitação que essas normas têm recebido como métodos efetivos para gerenciar o risco industrial, muitos ainda enxergam a adoção dessas práticas como modismo ou como uma imposição onerosa e complexa, com poucos benefícios tangíveis ao usuário nal. É importante ressaltar que muitas dessas normas surgiram imediatamente após a ocorrência de grandes acidentes que mobilizaram estudiosos na identicação das causas e falhas de tais eventos. Os comitês daí formados acabaram por consolidar boas práticas de engenharia na busca da segurança dos processos industriais que, como apresentado a seguir neste artigo, ao invés de encarecer os projetos, trazem benefícios consideráveis quando bem aplicadas. Esses benefícios são traduzidos na forma de maior segurança, projetos e processos de manutenção com melhor relação custo - benefício e menor indisponibilidade da planta.


Breve introdução à norma Petrobras sobre SIS

Alexandre Botelho Figueira Engenheiro de Equipamentos no setor de Automação Industrial e Integração de Sistemas da Engenharia do Abastecimento da Petrobras
Bruno Ferreira Barsotti Consultor em automação e SIS na área de Reno da Petrobras


Resumo:
Os Sistemas Instrumentados de Segurança – SIS vem sendo aplicados na indústria de processos há muitas décadas, sendo também conhecidos como intertravamentos de segurança ou sistemas de parada de emergência – ESD (do inglês: Emergency Shutdown). Um SIS pode ser entendido como um sistema automático de proteção que utiliza tecnologias de instrumentação e tem por nalidade conduzir um processo ou equipamento a um estado seguro quando determinados eventos perigosos se apresentam, tais como: pressão muito alta num vaso, temperatura muito alta num reator, ou formação de mistura explosiva numa câmara de combustão. Em um projeto de processo, na fase chamada análise de riscos de processo, utilizam-se técnicas apropriadas para identicar os eventos perigosos, analisar os seus respectivos cenários acidentais e avaliar se os riscos associados a cada cenário são toleráveis, de acordo com critérios previamente denidos pela empresa que irá operar o processo. Quando um cenário apresenta risco maior que o limite estabelecido como tolerável, faz-se necessário adotar medidas apropriadas para reduzir esse risco. Uma das diversas medidas possíveis de ser adotada é uma Função Instrumentada de Segurança – SIF. Uma SIF é um arranjo especial de sensor(es), processador lógico e elemento(s) nal(is) com objetivo de atingir ou manter um estado seguro através de uma ação automática especíca, como por exemplo: abrir o alívio de um vaso para local seguro, bloquear a entrada de reagente num reator ou de combustível numa câmara de combustão. Cada SIF possui um nível de integridade de segurança – SIL que indica numa escala discreta de 1 a 4 qual a sua disponibilidade, ou seja: o quanto podemos conar que essa função será bem sucedida em executar sua ação de segurança quando demandada. O conjunto de todas as SIF de um determinado processo ou equipamento é o que chamamos SIS.


Análise do conceito de edificação eficiente e a contribuição dos gases combustíveis

Arthur Henrique Cursino dos Santos Pesquisador do IEE/USP
Alberto José Fossa MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva
Edmilson Moutinho dos Santos Prof. Dr. do IEE/USP
José Jorge Chaguri Júnior MDJ Assessoria e Engenharia Consultiva
Murilo Tadeu Werneck Fagá Professor Dr. do IEE/USP


Resumo:
A certicação da eciência energética busca garantir o suprimento de energia através da redução dos níveis de consumo, sem comprometimento da qualidade interior de uma edicação. A certicação brasileira para edifícios comerciais e públicos foi aprovada em 2009 e revista em 2010. Apesar dos avanços, essa regulamentação não considera o consumo de energia primária e as emissões de gases do efeito estufa advindos do uso da energia, diferentemente do que é praticado em outros países pesquisados. Para justicar as sugestões de aprimoramento da metodologia brasileira foram realizadas projeções de como os fatores de conversão de energia nal em energia primária e de emissões de dióxido de carbono deverão se alterar nos próximos anos, de acordo com as mudanças previstas na matriz elétrica do Brasil pelo Governo brasileiro. Essas sugestões permitem uma refl exão de como o conceito de eciência energética e a participação dos gases combustíveis nas edicações comerciais e públicas poderão ser utilizados.



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