Edição 320 • 2010

Implicações ambientais da pesquisa sísmica terrestre para prospecção de petróleo e gás natural
Eduardo Fernandes Castanheira da Silva - Engenheiro de Segurança - Petrobras, Mestrando em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense – UFF, Sergio Pinto Amaral - Consultor Técnico na Área Ambiental da Petrobras, Doutor em Planejamento Energético e Ambiental pela COPPE/UFRJ

Resumo
Este artigo apresenta uma discussão sobre a interferência no meio o ambiente das pesquisas sísmicas terrestres voltadas para a prospecção de hidrocarbonetos. Esta atividade existe no Brasil desde o final dos anos 1930, mas a preocupação com seus impactos ambientais tornou-se mais evidente nos últimos 10 anos em função de exigências de licenciamento ambiental e da instituição da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Considerando a grande importância desta atividade na cadeia de exploração e produção de petróleo e gás (E&P), é natural que a discussão acerca das conseqüências ambientais de sua realização exija um maior grau de entendimento. Este trabalho baseia-se na análise de informações provenientes da indústria petrolífera e de estudos ambientais já realizados para a atividade em diferentes bacias sedimentares terrestres do Brasil. Estão apresentados os principais aspectos que a operacionalização da atividade interage com o meio ambiente. As condições de contorno do trabalho para as áreas de aquisição de dados sísmicos abrangem grande parte das principais áreas já exploradas e de novas fronteiras, e demonstram já possuir um elevado grau de interferência da atividade humana sobre os ecossistemas nativos. Isto resulta numa maior relevância para aspectos socioeconômicos da atividade. No entanto, a interferência da atividade nos aspectos relacionados aos meios físico e biótico nos ambientes de flora e fauna remanescentes possui um potencial impactante que, embora de baixa magnitude, requerem a adoção de medidas mitigadoras para minimização dos possíveis impactos.


Incorporação da visão da responsabilidade socioambiental em negócios da área de petróleo: uma proposta metodológica
Aline Guimarães Monteiro - Doutora, Professora do CEFET/RJ e pesquisadora colaboradora do LIMA/COPPE/UFRJ, Martha Macedo de Lima Barata - Doutora, Economista do IOC/FIOCRUZ/RJ e pesquisadora colaboradora do LIMA/COPPE/UFRJ, Denise da Silva de Sousa - Doutora, Arquiteta e Pesquisadora do LIMA/COPPE/UFRJ, Silvia Blajberg Schaffel - Doutoranda, Engenheira Naval e Pesquisadora do LIMA/COPPE/UFRJ, Emílio Lebre La Rovere - PHD, Professor do PPE/COPPE/UFRJ e Coordenador do LIMA/COPPE/UFRJ

Resumo
A história da indústria do petróleo é marcada por acidentes com danos ambientais significativos, caracterizando-a como potencialmente poluidora. Cresce em paralelo a pressão da sociedade para que tenha uma atuação mais responsável. Em resposta, a indústria já vem adotando sistemas de gestão voltados para gerenciar seus impactos ambientais e sociais. Espera-se num primeiro momento que as empresas controlem estes impactos, para o que se propõe esta metodologia. Esta proposta apóia as empresas do setor a incorporarem as variáveis ambiental e social à dimensão econômica de seus negócios, a partir da utilização de um sistema de indicadores demonstrativos dos impactos ambientais e sociais, o que permite analisar a possível influência de um negócio sobre a qualidade socioambiental interna e externa à empresa. Mais do que analisar, possibilita priorizar um negócio sustentável. Entende-se que a aplicação desta metodologia evitará maiores gastos a serem incorridos por empresas que não tenham considerado adequadamente o potencial “custo” ambiental ou social do novo negócio, contribuindo também para facilitar a comunicação entre os vários stakeholders da empresa.


Plano de descarte de resíduos resultante da atividade petrolífera no município de São Mateus-ES
Johnson Pontes de Moura - Professor do Curso de Pós-graduação – Gestão Ambiental, Leonardo Antunes Cordeiro - Discente do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental, Osmar Guerzet Ayres - Discente do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental, Rozimeri Martins Cesconeti Guerzet Ayres - Discente do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental Faculdade do
Vale do Cricaré- UNIVC


Resumo
Nesse trabalho buscou-se avaliar a contribuição do Plano de Descarte de Resíduos resultante da atividade petrolífera no município de São Mateus-ES.
Em atividades exploratórias não há como conviver sem a geração de resíduos, que representa desperdício de recursos naturais, poluição ambiental e perdas econômicas. Sendo o resíduo um assunto de interesse e preocupação mundial, seu bom gerenciamento sempre se transformará em um desafio, pois envolve questões estruturais, mão-de-obra e vontade política, embora no Brasil, a atividade de produção e exploração de petróleo e derivados é executada, em sua grande maioria por empresas de capital privado que são forçadas, em virtude da legislação ambiental vigente, a melhores práticas de gestão.
A Petrobras e parceiras tem seus Planos de Descarte de Resíduos critérios que, segundo os ditames da empresa, “visam redução de geração, maior reutilização e reciclagem, e uma disposição adequada, buscando a minimização dos impactos ambientais e riscos à saúde humana, bem como o atendimento à legislação vigente no País e aos requisitos da Política de SMS da Petrobrás”.


Aspectos, medidas e prevenções de acidentes ambientais nas atividades de perfuração e produção offshore no setor de petróleo e gás
Jann Erick Possati de Moraes - Discente de Pós-Graduação,
Fagner Serra Dantas - Discente de Pós-Graduação,
Johnson Pontes de Moura - Docente de Pós-Graduação UNIVC/ES


Resumo
Os processos de exploração e produção de Petróleo e Gás Natural, por sua natureza, são considerados impactantes ao meio ambiente. Durante esses procedimentos são registrados diversos efeitos negativos no meio e na biota existentes onde o trabalho é desenvolvido. São necessários meios de fiscalização e políticas eficazes para um maior controle dos danos ocasionados durante essas atividades e eventuais problemas que possam surgir em decorrência dos procedimentos realizados nas operações de exploração e produção. O planejamento tem se mostrado o melhor meio de se evitar, diminuir, amenizar e recuperar a contaminação do meio pelos produtos explorados.


Modelo para gerenciamento estratégico de águas em refinarias de petróleo

Marcos Felipe Falcão Sobral - Mestre Liquigás Distribuidora S.A.
Danielle Costa Morais - Doutora Universidade Federal de Pernambuco.

Resumo
Os cenários atuais e tendências futuras que apontam para os altos custos relacionados a captação, uso e descarte da água. Por ser um insumo essencial em diversas atividades industriais, em especial no processo de refino de petróleo, o correto gerenciamento dos recursos hídricos torna-se um desafio a mais que deve ser observado nas ações estratégicas destas indústrias. Por existir a necessidade de estruturar o problema antes de resolvê-lo e, considerando as diversas incertezas relacionadas ao ambiente de decisão, é notória a necessidade de um método que auxilie os decisores na geração de alternativas para o gerenciamento hídrico nestas empresas. Desta forma, o presente trabalho visa apresentar um modelo para o gerenciamento estratégico de água em refinarias de petróleo, utilizando o Strategic Choice Approach.


Simulação numérica da separação de misturas CH4/He E CO2/He em colunas de adsorção em leito fixo
Machado Jr., M., Ulson de Souza, A. A., Guelli U. Souza, S. M. A.
Programa de Pós-graduação em Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina


Introdução
A utilização do gás natural na matriz energética brasileira e mundial trouxe grandes benefícios econômicos e ambientais, principalmente no que se refere à emissão de poluentes gasosos à atmosfera, provenientes do processo de combustão, quando comparado aos combustíveis com um número maior de átomos de carbono em sua composição química. Dependendo da origem do gás natural, ocorre uma variação na porcentagem dos compostos pertencentes à mistura gasosa, mas, em relação à composição média do gás natural in natura produzido nos Estados Brasileiros, o metano apresenta uma porcentagem igual a 79,41%, enquanto o gás carbônico, igual a 0,92%.
Segundo Speight (1999), o termo genérico gás natural aplica-se a gases normalmente associados com formações geológicas petrolíferas, possuindo geralmente elevadas proporções de CH4, menores proporções de algumas parafinas de maiores massas moleculares e poluentes inorgânicos não-inflamáveis como o CO2, N2 e He.
O uso do gás natural, como combustível veicular, reduz a emissão de gases poluentes tais como: CO, CO2 e SO2 para 97, 24 e 90%, respectivamente, e também apresenta menor custo comparado à gasolina e o diesel. (CAVENATI et­ al., 2004).
A emissão de CO2 à atmosfera, devido ao elevado consumo de combustíveis fósseis, tem sido um dos maiores problemas ambientais e chamado a atenção das autoridades no mundo.
Na forma pura, o CO2 é utilizado na indústria química nos estados sólido, líquido ou gasoso. Segundo Delgado (2006a), o CO2 é aplicado na fabricação do gelo seco, refrigeração de equipamentos, gaseificação de refrigerantes, cargas de extintores de incêndio ou no processo de extração supercrítica.
Segundo Merel et al. (2008), o processo de captura do CO2 pode ser realizado a partir da separação por membranas, absorção química/física e adsorção. A captura deste gás pode ser realizada após combustão, onde o CO2 é removido a partir dos gases emitidos, ou na pré-combustão onde a remoção ocorre antes da câmara de combustão, sendo o caso para usinas de energia que utilizam o processo de gaseificação.


Síntese de processos sustentáveis para sequestro químico de CO2
Priscilla Badega Machado, Juliana G. Moretz-Sohn Monteiro, José Luiz de Medeiros e Ofélia de Queiroz Fernandes Araújo -
Depto de Engenharia Química, Escola de Química da UFRJ

Resumo
Os efeitos climáticos devidos ao aumento da concentração de CO2 na atmosfera, pela intensificação do efeito estufa, estão entre as principais preocupações da sociedade. Em decorrência, o desempenho ambiental de produtos e processos tem recebido importância, promovendo o desenvolvimento de rotas tecnológicas para redução de emissões de CO2. O abatimento de CO2 pretendido envolve a captura de CO2 de fontes estacionárias seguida por sequestro geológico ou reuso químico, isto é, processos que empreguem CO2 como matéria-prima - sequestro químico, resultando em redução do impacto ambiental de processos emissores.
Considerando-se o volume emitido de CO2, o impacto sequestrante de um processo decorre da escala de produção, requerendo processos de conversão de CO2 em commodities. Assim, nesse trabalho discute-se o sequestro químico de CO2 para a produção de olefinas via gás de síntese (GS), para posterior abastecimento da cadeia produtiva petroquímica. Especificamente, avaliou-se a produção de eteno e propeno, as olefinas leves de maior interesse comercial, utilizadas para produzir ampla gama de produtos, entre os quais se destacam os polietilenos e o polipropileno.


Sistema acústico de detecção de vazamentos em um terminal de bombeio de óleo cru
Jaqueline Costa Martins - Asel-Tech Tecnologia e Automação Ltda.,
Aronaldo Aragão de Melo - Petrobras
Resumo
Testes de simulação de vazamentos foram executados no oleoduto do Terminal Aquaviário Aracaju-SE, quando da carga de óleo cru, para avaliarem as características de desempenho do sistema acústico de detecção de vazamentos instalado neste duto. Os resultados confirmam estas características com o alarme de vazamentos registrados em tempos da ordem de segundos para diâmetros de vazamentos de 1/2”3/8 e ”, resultando em volumes vazados extremamente baixos até a emissão do alarme.


Efluente Zero
Silvio Rogério Monteiro - Gerente de Meio Ambiente da Liquigás Distribuidora, Angelo Francisco dos Santos - Gerente Geral de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da Liquigás Distribuidora

Resumo
Um cenário de escassez de água e a busca pela melhoria da rentabilidade exigem que as empresas exercitem a criatividade e adotem práticas alternativas às convencionais para preservar os recursos ambientais. O projeto Efluente Zero parte de uma mudança do paradigma de que a preservação ambiental é um custo necessário. Traz uma nova abordagem de análise desse problema com o objetivo de adequar os investimentos e os custos operacionais com o tratamento de efluentes às demandas dos processos produtivos. Na Liquigás, o projeto trouxe resultados significativos. Produziu uma redução potencial de aproximadamente 90% nos investimentos em sistemas de tratamento de efluentes, o que correspondeu a uma redução de aproximadamente 13% dos investimentos totais em modernização e ampliação das unidades existentes, e de 1,6% do total dos custos operacionais da companhia. Além disso, contribuiu para uma redução de até 43% do consumo de água no processo de engarrafamento do gás liquefeito de petróleo (GLP). Assim, o projeto resultou em ações efetivas de proteção ambiental com expressivos benefícios econômicos.


Um estudo CFD de vazamento de óleo a partir de dutos submersos
Gabriel C. Mariano - Doutorando em Engenharia Química
UFSC / Engenharia Química - LCP, Renan M. Baptista - Mestre em Engenharia de Petróleo Petrobras/Cenpes, Ricardo A. F. Machado, Ariovaldo Bolzan, Marintho B. Quadri - Dr. Engenheiro Químico
UFSC / Departamento de Engenharia Química – LCP

Resumo
Os dutos submarinos estão expostos a um ambiente muito agressivo, onde o processo de corrosão é acelerado. Este fator provoca o enfraquecimento dos dutos possibilitando a ocorrência de rupturas. A ruptura pode ser dada por um pit corrosão (aproximada pela forma circular), quebra da solda no sentido axial ou no sentido radial, devido a irregularidade do solo onde o duto é acomodado. Correntes marítimas fortes, ou mesmo maremotos podem provocar esforços excessivos na tubulação, levando à ruptura da mesma. Os derramamentos de petróleo decorrentes da ruptura de um duto submerso são de enormes proporções e na maioria das vezes são percebidas a olho nu quando afloram na superfície do mar, resultado de uma catástrofe ambiental. Para casos como este, uma estimativa precisa da quantidade total de petróleo liberado é de extrema importância para previsão do potencial impacto ambiental. Além disso, esta informação ajuda a definir uma ação corretiva para minimizar os danos e remover o derramamento de óleo. Em muitas ocasiões a detecção de acidentes e as ações de contenção e reparação podem levar um longo tempo. Mesmo atrasado, a avaliação do volume vazado é de grande importância. As multas e indenizações impostas as empresas, por agências nacionais de proteção ambiental, são baseadas na contabilização do desastre ambiental gerado que está diretamente relacionado com a estimativa do volume de óleo vazado. Portanto, um estudo apoiado por princípios fenomenológicos e observações experimentais é de grande interesse para o caso de uma disputa legal.
Quando avariado um gasoduto submarino, pode-se identificar diferentes etapas de vazamentos. Em cada fase, diferentes volumes de óleo podem ser contabilizados. Para o caso de sucessivas avarias e, dependendo das condições do local, todo o óleo contido na tubulação pode ser expulso, devido à penetração de água que ocorre através do mesmo ponto de ruptura (fenômeno de migração advectiva). Esta última fase é caracterizada por taxas de vazamento relativamente baixa e de longa duração (por exemplo, até meses, como aconteceu no caso do Prestige, em 2002, costa da Espanha).
Estimar a quantidade de óleo liberada durante o primeiro passo pode ser considerada relativamente simples. Bem estabelecidos e confiáveis modelos matemáticos para situações de teses podem ser encontradas na literatura técnica. No entanto, estimar o volume de óleo lançado na última etapa do vazamento é uma tarefa bastante difícil.
O presente estudo apresenta uma abordagem CFD, com base nas teorias de perturbação e deslocamento de fluidos imiscíveis. Para caracterizar a instabilidade inicial na interface água / óleo criou-se uma perturbação geométrica. Os modelos são baseados em equações de conservação de massa, momento e energia. Trata-se de um fenômeno que depende principalmente das propriedades físicas do sistema (viscosidade, densidade, tensão interfacial, temperatura) e dos critérios de estabilidade da interface líquido-líquido.
O modelo foi capaz de simular a inversão de fases (água / óleo), fornecendo detalhes em 3D coerentes ao comportamento físico do fenômeno de migração advectiva. Assim sendo, este trabalho busca apresentar uma ferramenta técnica para a demanda atual de empresas que trabalham com tanques e óleo dutos submersos.


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