Edição 315 • 2009

A entrada do Brasil na Opep: discussão política versus implicações técnico-econômicas
Diego Fernandes Emiliano Silva - Economista pela FEA-PUC-SP e Mestrando em Energia pelo Programa de Pós-Graduação em Energia da USP
Sinclair Mallet-Guy Guerra - Livre Docente pela Universidade de Campinas. Professor Colaborador do PPGE-USP e Professor da Universidade Federal do ABC
Resumo
Com a descoberta de novos poços de petróleo no território brasileiro, principalmente os da Bacia de Santos, diversos estudiosos e políticos apontam que o Brasil poderia solicitar sua inclusão como membro do cartel da Opep. O presente artigo discute está possibilidade à luz da teoria microeconômica e conclui que o Brasil não deveria solicitar tal inclusão como defendida por alguns autores.


Procedimento numérico para determinação dos limites de pressão em problemas de instabilidade de poços de petróleo
André Luís Muller - Tecgraf/PUC-Rio
Eurípedes do Amaral Vargas Jr - DEC/PUC-Rio
Luiz Eloy Vaz - DMAE/UFRJ
Clemente José Gonçalves - Cenpes / Petrobras

Resumo
Nos projetos de poços de petróleo, a minimização dos problemas de instabilidade é de extrema importância. Na análise da instabilidade de poços de petróleo, dois mecanismos de ruptura, nomeados ruptura por tração e ruptura por compressão, são geralmente avaliados. Considerando esses mecanismos, a correta determinação dos limites inferior e superior de pressões, geradas pelo fluido de perfuração nas paredes dos poços, é uma alternativa para minimizar os problemas de instabilidade. Os mecanismos de ruptura por compressão ou ruptura por tração podem ser descritos em termos das respostas mecânicas e de fluxo de fluido do problema transiente de acoplamento fluido-mecânico. O presente trabalho propõe um procedimento de análise numérica, utilizando elementos finitos, de processos fluido-mecânicos acoplados, para determinação automática dos limites inferior e superior de pressões nas paredes dos poços de petróleo, que garantam, segundo hipóteses e critérios de ruptura pré-estabelecidos, a estabilidade dos mesmos. A obtenção automática desses valores tem o propósito de substituir a obtenção aproximada por processos de tentativa e erro. Um exemplo hipotético de aplicação é apresentado, sendo a partir deste, inferidas algumas considerações acerca do procedimento proposto.


Uso de metamodelos na seleção de estratégias de produção em campos de petróleo
Guilherme D. Avansi, Saul B. Suslick, Denis J. Schiozer, Fernanda V. A. Risso - Departamento de Engenharia de Petróleo - Universidade Estadual de Campinas
Resumo
O processo tradicional de estratégia de produção demanda muitas simulações, devido ao alto número de variáveis e combinações. Devido à impossibilidade de investigar todas as alternativas, processos tradicionais podem levar a resultados sub-ótimos. Processos automatizados podem resolver em partes esse problema, porém o tempo computacional se eleva devido ao acréscimo do número de simulações geradas no processo.
Dentro desta perspectiva, este trabalho propõe uma metodologia de aplicação de metamodelos em partes do processo de seleção de estratégia de produção e na avaliação econômica de campos de petróleo que demandam muitas simulações, possibilitando avaliar um número maior de alternativas e aumentando as chances de melhores decisões na escolha da estratégia de produção de campos de petróleo. Os metamodelos já foram utilizados em outras áreas, tais como análise de risco e ajuste de histórico com resultados satisfatórios. Os metamodelos obtidos e aplicados envolvem a metodologia do planejamento estatístico e teste de consistência.
Os metamodelos obtidos e utilizados neste trabalho mostraram que podem ser utilizados em partes do processo de seleção de estratégias de produção, trazendo uma opção adicional ao processo além de encontrar soluções que não são observadas pelos métodos tradicionais. Além disso, foi possível observar uma mudança na decisão utilizada no processo de avaliação econômica em um amplo espaço de solução.


Utilização da arbitragem nos contratos de unitização da indústria do petróleo
Carlos Antonio de França Júnior - UFRN
Resumo
O presente trabalho tem por escopo demonstrar algumas controvérsias acerca do parágrafo único do Artigo 27 da Lei do Petróleo. Este dispositivo legal exige, quando não houver a celebração de um acordo de unitização entre os concessionários, a utilização de um laudo arbitral como instrumento para a ANP resolver sobre a produção naquele campo. Quanto ao termo Laudo Arbitral pairam as mais diversas interpretações. Acatar uma interpretação meramente literal é ir de encontro às próprias características da Arbitragem, bem como infringir nosso texto constitucional e infraconstitucional. Por isso, objetiva-se demonstrar que não é essa a melhor solução pois, com a interpretação conforme a constituição se consegue adaptar a norma ao nosso sistema constitucional, de uma maneira racional. Assim, o escopo deste presente é buscar elementos para adequar a norma supramencionada ao nosso ordenamento jurídico. Faz-se um exame acerca da Arbitragem, bem como dos Contratos de Unitização para, em um segundo momento, discernir sobre as discussões presentes entre estes dois assuntos, com enfoque na Lei do Petróleo e na doutrina do Direito do Petróleo.


Simulação computacional para poços de petróleo com método de elevação artificial por bombeio centrífugo submerso
Evellyne da Silva Batista - Mestre, Engenheira da Computação – UFRN
Rutácio de Oliveira Costa - Mestre, Engenheiro de Petróleo – PETROBRAS UN-RNCE

André Laurindo Maitelli - Doutor, Engenheiro Eletricista – UFRN
Tiago de Souza Barbosa - Engenheiro da Computação – UFRN
Andres Ortiz Salazar - Doutor, Engenheiro Eletricista – UFRN
Resumo
O Bombeio Centrífugo Submerso (BCS) tem se mostrado uma das soluções mais adequadas como método de elevação. Tanto em aplicações onshore como offshore, em condições adversas de temperatura, fluidos viscosos e ambientes gaseificados. As dificuldades encontradas na manutenção e instalação de equipamentos são fatores que oneram a produção de petróleo em águas profundas, com isso, a otimização da produção, via automação, pode ser um passo fundamental para a redução de custos e falhas nos equipamentos de subsuperfície.
Este artigo apresenta um simulador computacional relacionado ao método de elevação artificial BCS. Esta ferramenta será capaz de representar o comportamento dinâmico, considerando o modelo e transmissão de energia elétrica da superfície ao motor, modelo do motor elétrico (incluindo o efeito térmico), simulação do escoamento na tubulação, levando em consideração o efeito da viscosidade. Assim como, animações tridimensionais para cada subsistema BCS (transformador, motor, bomba, selo ou protetor, separador de gás e quadro de comando).


Um ensaio sobre a dicotomia entre o mercado de petróleo a longo prazo e os fundamentos de curto prazo
Mileno Cavalcante - Economista – Petrobras S/A
O presente artigo busca discutir, de uma forma geral, como mercado de petróleo no curto prazo é afetado por sua trajetória no longo prazo. Com este objetivo, procura-se caracterizar como os fatores de longo prazo neste mercado condicionam seu comportamento no curto prazo, e então enumera-se algumas das variáveis consideradas relevantes para se compreender como o mesmo opera nestes horizontes de tempo. Isto feito, elabora-se um pequeno sketch das relações entre os fatores de curto e longo prazo no mercado de petróleo, discutindo-se a seguir como o comportamento dos primeiros efetivamente pode ser condicionado pelos últimos. A última seção conclui este ensaio, ressaltando a importância de se distinguir o que é realmente relevante quando se deseja formar visões consistentes e não-efêmeras sobre o futuro.


Melhoramento de petroleos extrapesados nacionais no ambiente de produção
Lilian Camen Medina - Engenheiro Químico – Petrobras/Cenpes
Evaldo L. Zilio - Químico de Petróleo – Petrobras/Cenpes
Regina C. Guimarãe - Químico de Petróleo – Petrobras/Cenpes
Ricardo S. de Barros - Químico Industrial – FUJB
Luiz C. Tosta - Engenheiro de Petróleo - Petrobras/Cenpes
Luiz Fernando T. Leite - Engenheiro de Processamento - Petrobras/UN-ES

Resumo
Os petróleos nacionais estão cada vez mais pesados, atingindo valores de 7 °API, que os classifica como extrapesados, e também muito viscosos, apresentando valores de viscosidade como 10.184 mm2/s a 50 °C. Estes dois fatores tornam a produção muito difícil, em todas as etapas: elevação, escoamento e processamento primário, e comprometem seu transporte e refino. Quando se opta pela exportação destes óleos o número de clientes no mercado internacional é reduzido, e geralmente seu valor é muito inferior ao dos óleos referência, como por exemplo, o petróleo “Brent”. Estudos indicam a existência de campos com petróleos tão pesados que a elevação e escoamento do óleo da base do poço para a superfície parece ser inviável em uma primeira análise. Estes fatores ficam mais críticos quando se trata de campos de mar (off-shore), comprometendo tanto técnica como economicamente o projeto de produção de um novo campo. Logo, torna-se imprescindível implementar esforços para desenvolver alternativas visando aumentar o grau API e reduzir a viscosidade dos óleos extrapesados dentro do poço, ou seja, realizar seu melhoramento (upgrade). E assim garantir sua produção, processamento primário e refino, aumentando seu valor de comercialização. Este trabalho visa apresentar de forma objetiva os estudos preliminares que vem sendo realizados para o melhoramento (upgrade) de petróleos extrapesados nacionais, através da diluição destes óleos com um solvente (hidrocarboneto) injetado diretamente dentro do poço.

Utilização de modelos representativos na tomada de decisão do desenvolvimento complementar em campo offshore
Fábio Rodrigo C. da Silva - Engenheiro de Petróleo – Petrobras
Ana Paula de Araújo Costa - Dra, Engenheira de Petróleo – Petrobras
Resumo
O objetivo do estudo foi avaliar o risco e o valor da informação do projeto de desenvolvimento complementar de um campo offshore, que consiste na perfuração de um poço em uma região ainda não drenada. Aplicou-se uma metodologia de quantificação de incertezas e análise de risco para obtenção das curvas probabilísticas de produção e cálculo do VDI. O trabalho consiste na aplicação de uma metodologia que propõe o emprego do conceito de modelos que representem as incertezas geológicas, denominados Modelos Representativos (MR) para subsidiar o processo de tomada de decisão. Utilizou-se o Imex e uma ferramenta automatizada de processamento paralelo (Unipar) no processo de quantificação. Os MR representam o universo de todos os modelos combinados que compõem a curva de risco. A seleção dos MR consiste em plotar uma função objetivo principal (VPL) com uma secundária de produção (FR%, Np, etc.), englobando aspectos ligados à quantidade recuperada e à velocidade da recuperação. Tais modelos podem subsidiar o dimensionamento de instalações de produção, o detalhamento posterior dos planos de desenvolvimento e a avaliação da flexibilidade entre eles. A adoção de metodologia de quantificação de incertezas e de uma ferramenta automatizada viabilizou o estudo e forneceu informações detalhadas, subsidiando a tomada de decisão.

A aplicação das técnicas de cenários na avaliaçao de carteira de investimentos em projetos de E&P
Arnaldo L. M. Torres - Graduado em Engenharia de Produção / UFF - Labceo/UFF
Fábio M. Rocha - Graduado em Engenharia de Produção / UFF - Labceo/UFF
João R. L. Rodrigues - Pós Graduado, Engenheiro Civil / UFF - Labceo/UFF
José R. F. Filho - Doutor em Engenharia de Produção / UFRJ - Labceo/UFF
Luiz A. P. Campagnac - Doutor em Engenharia Civil / UFF - Labceo/UFF

Resumo
Gestores de empresas convivem diariamente com tomadas de decisão, onde a competitividade encontrada hoje no mercado faz necessária a busca pela elevação da racionalidade e eficácia.
No âmbito da gestão de portfólio de projetos muitas perguntas vêem a tona nesta hora, tais como:
• Os projetos escolhidos, são realmente os melhores projetos?
• Estão adequados a realidade da empresa?
• Os critérios de avaliação, estão adequados?
• A metodologia empregada, está de acordo?
• A aplicação de recursos está otimizada?
• Existe o real comprometimento de todos os níveis da estrutura organizacional?
Neste contexto, o objetivo deste trabalho é descrever um modelo que procure ser mais aplicado a realidade, levando em consideração aspectos conceituais e motivacionais relacionados à aplicação da gestão de portfólio envolvendo alto investimento com restrições de recursos, e apresentar ainda uma ferramenta de apoio a decisão.


Simulação do problema de surge e swab em atividades de perfuração de poços de petróleo
Fernando T. G. M. C. de Almeida - Acadêmico, Engenharia Industrial Mecânica - UTFPR
Hudson Faglioni Kimura - Acadêmico, Engenharia Industrial Mecânica - UTFPR
Vanessa Ramalho - Mestranda, Engenharia Mecânica e de Materiais - UTFPR
Cezar O. Ribeiro Negrão - PhD, Engenheiro Mecânico - UTFPR
Silvio L. M. Junqueira - Doutor, Engenheiro Mecânico - UTFPR
André Leibsohn Martins - Doutor, Engenheiro Químico - Petrobras

Resumo
As movimentações da coluna de perfuração de poços de petróleo, conhecidas como manobras, causam variações de pressão no interior do poço. Quando a coluna desce, a pressão aumenta e é conhecida como de surge e, quando sobe, a pressão diminui e é conhecida como de swab. O estudo de tal fenômeno é importante não somente por fatores econômicos, mas também para a escolha de velocidades e acelerações adequadas para introdução e retirada da coluna no poço. Diversos autores estudaram o problema, dentre os quais destacam-se Fontenot e Clark (1974) que formularam a solução do problema a partir de considerações sobre o fator de atrito. O presente trabalho tem por objetivo desenvolver um código computacional que possibilite o cálculo de tais pressões, de acordo com os diversos trabalhos e modelos que podem ser encontrados na literatura e, também, para vários tipos de fluido, dentre eles fluido de Bingham e fluido de Lei de Potência.

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