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Edição 315 • 2009 |
Ouro negro
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Arrecadação destinada a pesquisa bate recorde – apesar do contingenciamento – e petróleo financia revolução sem precedentes na academia |
Banco de Imagens Petrobras
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Laboratório hiperbárico do Cenpes: pesquisas em águas profundas
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Flávio Bosco
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, uma centena de bolsistas trabalha, literalmente, movida a petróleo. Nos laboratórios da Universidade um vai e vem de pesquisadores em início de carreira tentam, ao lado de gente veterana como a professora Tereza Neuma Castro Dantas, desvendar os desafios tecnológicos da recuperação de petróleos pesados e desenvolver novos fluídos de perfuração. Todos são financiados pelo Programa de Recursos Humanos da ANP, com parte dos royalties cobrados sobre a extração de petróleo do subsolo brasileiro. “Desafios sempre existiram. Só não tínhamos os financiamentos que existem hoje”, afirma a professora, que trabalha nesse tema há mais de 20 anos e atualmente preside a Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás.
O petróleo já começa a transformar – para melhor – a economia do país. E está fazendo uma revolução na academia. Mais do que financiar pesquisadores, a fatia do petróleo reservada à ciência e tecnologia vem patrocinando a instalação de uma estrutura de laboratórios em universidades do país. Não é nenhum exagero dizer que o petróleo tem sido o “ouro negro” do desenvolvimento tecnológico brasileiro: desde que o Governo criou o fundo setorial CT-Petro, há dez anos – e mais recentemente, com a cláusula que obriga os concessionários investirem em pesquisas 1% do valor devido em Participação Especial – o volume de recursos para financiar o setor acadêmico experimentou um verdadeiro “espetáculo do crescimento”.
Só o Laboratório de Ensaios não Destrutivos, Corrosão e Soldagem, recém inaugurado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, recebeu da Petrobras R$ 26 milhões – em média, a companhia tem investido R$ 400 milhões nas universidades brasileiras para formar uma rede de modernos laboratórios no país, complementar ao seu centro de pesquisas, e capaz de garantir a especialização de engenheiros. “Quando temos um laboratório como esse, os alunos dos cursos de engenharia mecânica e metalúrgica são atraídos para trabalhar nesses temas, com benefícios para a Petrobras, para o ambiente universitário brasileiro e para os fornecedores da Petrobras”, explica o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Carlos Tadeu da Costa Fraga. |
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Nos últimos três anos os recursos provenientes do pagamento de Participação Especial financiaram R$ 2 bilhões em projetos de pesquisa e infraestrutura laboratorial. No mesmo período, os recursos dos royalties liberados através do CT-Petro patrocinaram mais R$ 236 milhões. São números recordes – movidos não só pelo aumento da produção interna e dos preços do petróleo. Mas não era de se estranhar que uma bolada dessas rebocasse alguma surpresa: a maior fatia do bolo de R$ 2,5 bilhões arrecadado para o fundo setorial ficou retida pelo Governo para formação do superávit fiscal.
Pela Lei do Petróleo, 25% da parcela do valor dos royalties pagos pela extração de petróleo e gás natural devem ter como destino o fundo setorial, administrado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia via Financiadora de Estudos e Projetos – Finep. Só que, quando entram nos cofres da União, os recursos caem na reserva de contingência para o Governo cumprir as metas de superávit. “Poderíamos estar crescendo muito mais e atendendo plenamente a indústria do petróleo, que é alta demandante de tecnologia”, alerta o gerente de tecnologia do Instituto Brasileiro do Petróleo, Raimar van den Bylaardt.
Imune a esse contingenciamento, os recursos provenientes da Participação Especial – cobrada sobre os 21 campos de maior produtividade – se tornaram a principal fonte de financiamento à pesquisa no setor petróleo. Nesse caso, é a própria petroleira quem decide o destino do investimento – a legislação determina que o repasse seja autorizado pela ANP e que apenas metade desse recurso seja aplicada no centro de pesquisa da própria companhia.
Todo esse aporte ainda não inclui um centavo da riqueza do pré-sal – que ainda é uma promessa, mas já desperta apetite até em outras áreas da pesquisa e da educação. Desde que foram anunciadas as descobertas das reservas gigantes na Bacia de Santos, o que menos faltou foi proposta para destinação da riqueza. Corremos o risco, nesse modelo, de criar uma doença holandesa na academia? “Podemos visualizar um fenômeno desses se o único foco for destinar muito dinheiro para quem ficar no petróleo. A doença holandesa não é uma consequência natural da produção do petróleo, mas da estrutura econômica e política”, aponta o professor Ildo Sauer, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP. |
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Com a queda nas cotações do petróleo, é natural esperar um recuo nesses valores – o recurso para pesquisa oriundos do CT-Petro e das Participações Especiais é calculado sobre a quantidade produzida e aos preços internacionais do petróleo. As primeiras conclusões de um levantamento preparado pela Área de Pesquisa e Planejamento da ANP apontam queda de 15% na arrecadação. Um bom parâmetro é o repasse de royalties à União – que no primeiro quadrimestre do ano foi 31% menor que os valores repassados no inicio de 2008. A queda na arrecadação com Participações Especiais foi mais suave: 13%, muito por conta do aumento da produção de petróleo no país.
“Temos um preço menor do petróleo, mas a valorização do câmbio e um ganho de produção, principalmente nesses campos que pagam Participação Especial. A arrecadação deve cair, mas não será tão impactante sobre o financiamento de P&D”, aponta o superintendente de Pesquisa e Planejamento da ANP, Florival Carvalho.
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A aventura do pré-sal |
Como uma rede de pesquisadores está desenvolvendo tecnologia para monetizar as reservas gigantes da Bacia de Santos |
Divulgação Coppe / Somafoto
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Pesquisadores no Laboratório de Ensaios não Destrutivos, Corrosão e Soldagem da UFRJ
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Até agora as reservas gigantes encontradas abaixo da camada de sal na Bacia de Santos não contribuíram com um centavo para as pesquisas. Mas já ditam seus rumos. A maior parte dos trabalhos tem como foco os desafios de extrair o petróleo de condições inóspitas de altas profundidades, altas pressões e altas temperaturas. Ou então estão equipando as universidades com infraestrutura de ultima geração. É o caso do Laboratório de Ensaios não Destrutivos, Corrosão e Soldagem da UFRJ, recém-inaugurado com direito a visita do presidente Lula: equipado com dois grandes tanques para teste de integridade e sete câmaras para ensaios com H2S e CO2 em altas pressões e temperaturas – semelhante a ele, não existe nenhuma instalação no mundo para simular como os diversos materiais se comportam quando são submetidos a pressões 700 vezes maiores que as encontradas na superfície, temperaturas de até 80º C e presença de fluidos corrosivos que encontrarão na aventura do pré-sal.
Investimentos como esse vêm sendo realizados em várias universidades do país – como o Laboratório de Escoamento que existe na Unicamp, do Tanque de Provas Numérico da USP, e do Laboratório de Confiabilidade de Equipamentos em Poços que está sendo montado na UFPE. Atravessar dois mil metros de água e sete quilômetros de rocha e sal já não é segredo para a Petrobras – o FPSO Cidade de São Vicente que desde o inicio do mês retira 14 mil barris por dia na área de Tupi, é uma prova de que a barreira tecnológica está superada. O desafio agora é diminuir os custos dessa operação.
Só no Centro de Pesquisas da Petrobras, uma centena de pesquisadores trabalha para dar respostas a tudo o que diz respeito ao pré-sal. Cada linha de pesquisa carrega outra quantidade de engenheiros em universidades e fornecedores de equipamentos e serviços. Toda ajuda é estratégica e visa complementar essa estrutura. “A Petrobras reconhece que existem competências externas que são muito valiosas – e que é muito mais produtivo trabalhar de forma integrada”, ressalta Carlos Tadeu Fraga.
Por mais recursos que os centros de pesquisa recebam, é um erro pensar que o país pode, sozinho, dar resposta para todos esses desafios tecnológicos. Principalmente porque o tempo é realmente escasso – até 2017 a região do pré-sal da Bacia de Santos já terá oito plataformas em operação. E nesse mundo do petróleo, globalização é uma palavra mais velha do que a própria Petrobras.
Nem mesmo quando o Brasil descobriu petróleo em alto mar, a movimentação era tão intensa. Naquela ocasião, várias alternativas já testadas no Mar do Norte acabaram sendo “tropicalizados”, e mesmo assim a Petrobras direcionou parte significativa de seus pesquisadores para desenvolver soluções. E o Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Sistemas de Produção em Águas Profundas – o famoso Procap – levou a companhia à liderança na produção de petróleo em alto mar.
As reservas do pré-sal criam uma escala sem precedentes para toda a cadeia do petróleo. Estimativas do BNDES, apresentadas pelo diretor de Planejamento, João Carlos Ferraz, no 21º Fórum Nacional apontam que o Brasil representa 20% a 25% da demanda mundial da indústria fornecedora para o setor de petróleo e gás. Por conta disso isso, grandes fornecedores já anunciaram sua intenção de trabalhar mais próximos da Petrobras no desenvolvimento de soluções – e essa proximidade tem significado geográfico: FMC e Schlumberger vão erguer seus centros de pesquisa no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, vizinho do Centro de Pesquisas da Petrobras. A Baker Hughes também pode ser vizinha do Cenpes, embora não descarte a opção por Macaé – onde deverá perfurar um poço para testar seus desenvolvimentos. A empresa reservou US$ 30 milhões para construção e aparelhamento do centro de pesquisas – que quando entrar em operação, em 2010, terá 100 pessoas envolvidas na busca por tecnologias de caracterização de reservatórios e otimização da perfuração e completação de poços – com foco principal na redução de custos.
Em outras condições, as três destinariam esses recursos para outros países. “O Brasil é a grande oportunidade, para a nossa companhia e para todo mundo. As atividades em todos os outros países vem caindo, mas aqui continua crescendo”, conta o diretor de Tecnologia da Baker Huges, Juan Garoby. |
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Alta pressão
Transformar idéias em equipamentos não depende apenas de conhecimento. Quando o assunto é inovação tecnológica, o sucesso depende da combinação de quatro fatores: agenda, capacitação, dinheiro e infra-estrutura. Essa é uma daquelas poucas oportunidades da história em que todos eles estão bem encaminhados: toda a cadeia do petróleo já tem mapeadas as necessidades, os recursos disponibilizados nos últimos anos financiaram a especialização de centenas de pesquisadores no país inteiro, e prometem viabilizar a montagem de laboratórios, a construção de protótipos e a realização de teste de campo por um bom período.
O início da produção em larga escala em águas profundas da Bacia de Campos, no início dos anos 80, impulsionou a criação de uma indústria de equipamentos submarinos no Brasil – além da capacitação de fornecedores nacionais, este cenário, inédito, atraiu para o país várias multinacionais. Hoje, com muitos desafios já solucionados, a carteira de projetos do Procap busca “refinar” o aprendizado. Boa parte desse desenvolvimento tecnológico é o ponto de partida para o Prosal – outro programa criado dentro do Cenpes, para dar respostas às questões do pré-sal. Nos últimos três anos, 60% do que a companhia investiu em pesquisa – algo em torno de US$ 2,5 bilhões – foram direcionados para a área de exploração e produção.
Se o Procap tinha como barreira tecnológica as lâminas d’água, o Prosal tem como drivers águas mais profundas ainda, a extensa camada de sal e a presença de contaminantes e corrosivos no óleo. Só que, com todo aprendizado acumulado em 25 anos, a capacidade para dar respostas a essas questões é bem maior.
A camada de sal e as rochas carbonáticas do tipo microbiais – pouco conhecidas pela Petrobras – exigirá a busca por perfuração de poços direcionais de longo alcance e soluções para manutenção da estabilidade do poço. O desenvolvimento de materiais para a fabricação de equipamentos de processamento e bombeamento é outro desafio: os engenheiros precisam especificar uma composição que resista às elevadas pressões e fluidos corrosivos e ao mesmo tempo sejam viáveis economicamente. Serão aprofundados ainda os estudos para o desenvolvimento de risers adequados para conduzir fluidos agressivos por essa faixa de lâmina d’água, a utilização de conceitos alternativos ao FPSO com completação molhada – popularizado na Bacia de Campos – e plataformas mais automatizadas.
Na superfície, os desafios não são mais simples: as reservas da Bacia de Santos estão localizadas a 300 km da costa, o que dá força para a adoção de plantas de GNL offshore – semelhante ao que a companhia já estudou para transportar o gás da Bacia do Solimões. A diretora da Área de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, tem defendido essa idéia, com o argumento da flexibilidade que o GNL oferece em relação ao gasoduto. “Mais de cem pessoas trabalham nesse projeto. Só precisam acertar um excelente Valor Presente Líquido e taxa de retorno”, conta a diretora.
No teste de longa duração de Tupi, serão analisadas, durante 15 meses, diversas características do pré-sal, desde o comportamento dos reservatórios em produção de longo prazo, a dinâmica dos fluidos durante a produção e o escoamento submarino, até a melhor geometria dos poços definitivos. Todas essas informações alimentarão os novos projetos para a região. No final de 2010, ainda entrará em operação o projeto-piloto de Tupi, que terá capacidade para produzir e processar diariamente 100 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás.
Enquanto outras plataformas não são instaladas em alto mar, o trabalho prossegue a todo vapor em terra. Nos computadores ou nos tanques de prova os novos equipamentos e risers já podem ser submetidos à mesma severidade que encontrarão em alto mar.
“Daqui a três ou quatro anos, quando toda essa estrutura estiver funcionando, estaremos em uma posição extremamente privilegiada”, prevê o superintendente de Pesquisa e Planejamento da ANP, Florival Carvalho. |
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Riqueza no subsolo |
Petróleo já responde por 10% do PIB brasileiro. Mas pré-sal traz perspectivas maiores |
Agência Petrobras
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O FPSO BW Cidade de São Vicente, que operará no Teste de Longa Duração de Tupi |
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Com toda autoridade de quem conhece o segmento de petróleo no Brasil há 50 anos, o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis prepara um estudo que avaliará os impactos que o pré-sal trará sobre a economia do país – o estudo ainda não tem uma proposta metodológica fechada, no entanto o objetivo é traduzir o efeito que a extração do petróleo do na atividade industrial, na arrecadação tributária e na balança comercial.
O gerente de economia do IBP, Felipe Dias, ressalta que a taxa de investimento do setor vem crescendo a um ritmo mais rápido do que o total da economia brasileira – nos últimos dez anos, a participação do setor no PIB já passou de 3% para 10%. Só para os próximos cinco anos, o IBP estima que as petroleiras investirão US$ 116 bilhões em exploração e produção – US$ 91 bilhões da Petrobras e US$ 25 bilhões das demais operadoras, um investimento inédito na história.
Desse valor, o pré-sal ainda é, relativamente, reduzido: US$ 40 bilhões do total.
“O pré-sal é uma mudança de paradigma. Mas sem ele a indústria já vinha crescendo de maneira muito expressiva”, afirma Felipe Dias.
Em tese, a Petrobras só começa a retirar petróleo para valer só na próxima década – estimativas iniciais dão conta de que, em 2015 a Petrobras estará produzindo 873 mil barris por dia e os demais concessionários 463 mil barris. Embora sendo apenas uma possibilidade, o pré-sal já traz imensas possibilidades. O próprio presidente Lula, ao receber uma amostra do petróleo extraído da área de Tupi, afirmou que o país começava a contar uma nova história.
O diretor da área de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, explica que o a industria nacional terá que resolver questões como a assimetria tributária e a forte dependência da indução da Petrobras. E que precisará investir de US$ 5 bilhões até 2011 para fazer frente à expansão esperada do setor. |
Ricardo Stuckert / PR
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Lula recebe de Gabrielli amostra com óleo retirado do pré-sal |
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No mês passado os diretores da Área Financeira, Almir Barbassa, e da Área de Serviços, Renato Duque, fizeram uma turnê de dez dias pela Ásia para mostrar oportunidades e atrair novos fornecedores para o Brasil. “Queremos válvulas, plataformas e sondas fabricadas aqui, gerando emprego e renda em território nacional”, disse o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, na solenidade que marcou o inicio dos testes em Tupi.
O conteúdo local é considerado um dos fatores mais importantes nesse processo. O principal trabalho será transformar tudo isso em uma operação economicamente viável – e que reforce o caixa para investimentos futuros. Para a Petrobras, quanto mais fornecedores estiverem instalados aqui, maior será a concorrência – e maior será a possibilidade de queda nos preços.
É difícil colocar em números o impacto econômico que o pré-sal terá no país enquanto a Petrobras não confirmar a dimensão das descobertas. Em tese, não há nenhum motivo para desanimar: não passa pela cabeça de ninguém que extrair o petróleo da camada pré-sal seja uma operação inviável. “As soluções tecnológicas virão. É o mesmo raciocínio que se fazia com relação á Bacia de Campos há 25 anos, quando era impensável caminhar para águas mais profundas. Isso ficou para trás”, completa Felipe Dias. |
Na cerimônia que marcou a extração do primeiro óleo de Tupi, Lula confirmou que tem pressa em definir as novas regras para exploração das áreas do pré-sal. Segundo o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, Lima, a Comissão Interministerial criada para analisar mudanças nas regras para exploração do pré-sal praticamente concluiu o trabalho.
Como há um certo consenso entre os membros da comissão de criar uma alternativa ao regime de concessão que vigora no país, as novas regras para exploração do pré-sal precisam ser submetidas ao Congresso Nacional. Na prática, o Brasil teria dois regimes de exploração – o que não mexeria nas atuais concessões e daria maior participação ao governo nas novas áreas.
O governo já pode se considerar sócio de pelo menos uma reserva: a descoberta de Iara extrapola a concessão do bloco BM-S-11 – se estendendo para áreas ainda não licitadas. Nesse caso, a Lei do Petróleo prevê a unitização entre os concessionários do bloco (Petrobras, BG e Galp) e o próprio governo.
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