Edição 314 • 2009

Benefícios da melhoria do controle de temperatura de reatores industriais de polimerização
Fernanda Raquel Brand, Rodrigo Pereira Gosmann, Pedro Rafael Bolognese Fernandes - TriSolutions Soluções em Engenharia
Tiago da Silva Osório, Gustavo Alberto Neumann, Artur Toledo Martins Oliveira - Braskem
Resumo

Neste trabalho, são descritas as etapas envolvidas na melhoria do sistema de controle de temperatura de reatores industriais de polimerização de propeno do processo Spheripol, tanto em fase líquida quanto em fase gasosa. Inicialmente, a partir de informações de processo e da análise de dados de planta, foi possível obter-se um diagnóstico do comportamento do sistema, identificando-se os objetivos do controle de temperatura de reator e as possíveis direções de melhorias. Uma vez determinadas tais linhas de atuação, selecionou-se um conjunto de medidas simples que poderiam concretizar os benefícios previstos, sem, no entanto, implicar em mudanças radicais da filosofia de operação e em custos adicionais. Ao final do artigo, são apresentados alguns dos resultados, inclusive financeiros, conseguidos com melhorias propostas e implementadas.


Inferência por Redes Neuronais de Propriedades Finais de Poliestireno Produzido Via Polimerização Radicalar “Viva”
Fernando Reis da Cunha - Cenpes – Petrobras
Maurício Bezerra de Souza Jr., Rossana Odette Mattos Folly - Escola de Química – UFRJ
Resumo
Sistemas complexos são difíceis de representar através de modelos fenomenológicos, devido a diferentes fenômenos que ocorrem simultaneamente e a métodos analíticos/instrumentos atuais imprecisos para descrição detalhada de certos parâmetros. Um exemplo de problema complexo é a modelagem de propriedades finais de polímeros, tais como peso molecular, em função de variáveis operacionais (temperatura, características de iniciadores/catalisadores, etc). Neste trabalho, os autores mostram o arranjo e o desempenho de Redes Neuronais Artificiais (RNAs) com saídas únicas e múltiplas aplicadas à descrição de peso molecular numérico médio (Mn), peso molecular ponderal médio (Mw), polidispersão (PD) e conversão (X) de uma polimerização viva de estireno em relação à temperatura do processo e à razão iniciador/agente de proteção. Os dados para treinamento e a validação das redes foram obtidos através de um simulador do processo. Ambas as arquiteturas de rede com saídas únicas ou múltiplas mostram bom desempenho, embora as primeiras exijam aproximadamente 50% a mais de parâmetros a serem determinados em relação às redes de saída múltipla.


Controle fracionário aplicado à indústria petroquímica: estudo de um forno industrial
L.A.D. Isfer, M.K. Lenzi - Universidade Federal do Paraná, Departamento de Engenharia Química, Centro Politécnico
E.K. Lenzi - Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Física
Resumo

A necessidade de elevada produtividade aliada à qualidade de produtos, segurança dos processos e a legislações ambientais levaram sistemas de controle a possuírem um papel fundamental na operação de plantas químicas e petroquímicas. Em plantas petroquímicas, fornos são equipamentos fundamentais para a operação do processo e, devido ao custo da energia, uma operação e controle adequados são de essencial importância para a economia do processo. A procura de novas e mais eficientes leis de controle levou ao desenvolvimento do algoritmo de controle PID fracionário, o qual é baseado no uso de equações diferenciais de ordem fracionária. Neste trabalho, um modelo matemático previamente identificado para um forno real é utilizado para estudos de controle fracionário. Foi analisado o problema de controle servo em malha retroalimentada (feedback), focando o estudo da influencia dos parâmetros do controlador sobre o comportamento da malha de controle. Especificamente, controladores tipo P, PI fracionário e PD fracionário foram considerados neste estudo. Simulações foram realizadas mostrando que controladores foram capazes de fazer a transição de setpoint. O desempenho das malhas de controle foi avaliado com os critérios ITAE e ISE, mostrando que, neste estudo, o controlador PI fracionário foi o melhor algoritmo.


Fatores críticos para elaboração de estratégias de empresas de petróleo em petroquímica
Leonardo G. Cardoso - Escola de Química/UFRJ
Helder Q. Pinto Júnior - Instituto de Economia/UFRJ
José Vitor Bomtempo - Escola de Química/UFRJ
Resumo
A indústria petroquímica tem se mostrado, desde a sua criação, como um dos mais importantes meios de agregar valor ao petróleo. Apesar de parecer um caminho óbvio para as empresas de petróleo, o investimento em petroquímica possui particularidades decorrentes principalmente da alta complexidade desta indústria. O período entre 1997 e 2007 se mostrou dinâmico em relação às estratégias das empresas de petróleo em petroquímica, com um grande número reestruturações, fusões e aquisições.
Através da análise do comportamento das três mais importantes empresas privadas de petróleo (ExxonMobil, Shell e BP) no período supracitado, este trabalho identifica quatro fatores críticos para o sucesso das estratégias de empresas petrolíferas em petroquímica: foco em locais de matéria-prima barata e/ou onde a demanda apresenta maiores taxas de crescimento, foco em produtos com maior volume, crescimento de joint-ventures (diretamente relacionado com a questão geográfica) e manutenção de portfólios com baixa complexidade em termos de números de produtos.


A contribuição da inovação tecnológica para a integração do refino/petroquímica
Fabrícia S. Moreira - PROMON
Maria José O. C. Guimarães, Peter R. Seidl - Escola de Química-UFRJ
Roberta A. Pereira - Construtora N. Odebrecht
Resumo

A crescente integração entre o refino e a indústria petroquímica, já observada em países como Índia, Arábia Saudita e China, agrega valor a cadeia produtiva de derivados, uma vez que utiliza o petróleo como matéria-prima de baixo custo para produção de petroquímicos, derivados de maior valor agregado no mercado mundial. Dessa forma, com a implantação do Comperj e com o aumento da produção de petróleo nacional, a integração poderá representar um aumento na participação brasileira no mercado petroquímico mundial, contribuindo de maneira efetiva para o equacionamento da balança comercial entre a oferta e a demanda de petroquímicos no país. Neste trabalho é abordada a integração refino-petroquímica no Brasil, o impacto desta integração na balança comercial de derivados e as principais inovações tecnológicas, que irão permitir o aumento da produção de petroquímicos a partir de petróleo pesado. De posse das projeções para a demanda dos dois principais produtos petroquímicos (eteno e propeno), e considerando a atual oferta desses produtos, é possível fazer uma previsão do cenário da petroquímica (inclusive certos aspectos tecnológicos) para o ano de 2015, e a provável influência do Comperj neste cenário.

Alternativas estratégicas de atuação da indústria petroquímica na cadeia de embalagens plásticas
Fabio de Almeida Oroski - Gerente de Marketing, GPC Química
José Vitor Bomtempo – Professor, Gestão e Inovação Tecnológica, Escola de Química/UFRJ e Grupo de Economia da Energia Instituto de Economia /UFRJ
Resumo

Este trabalho tem como objetivo identificar alternativas estratégicas para a atuação da petroquímica na cadeia produtiva de embalagens plásticas, aplicando o conceito de governança. A governança é ditada pela relação de poder e comando que uma ou mais empresas detêm sobre a distribuição de atividades entre os agentes pertencentes à cadeia produtiva, sendo orientada pela maximização dos valores gerados. As cadeias produtivas podem ser comandadas pelos compradores ou fornecedores, apresentando estruturas de relacionamento distintas. O estudo identificou que a cadeia produtiva de embalagens para a indústria de alimentos é comandada pelos compradores – a indústria de alimentos e o varejo, os chamados direcionadores da inovação. O estudo sugere que o processo de inovação representa uma boa oportunidade para que a indústria petroquímica deixe de lado o papel como mero fornecedor de materiais e atue mais ativamente junto ao elo final da cadeia, o que certamente exigirá uma maior compreensão das relações entre os agentes e mudança de papel que pode ser obtida através do desenvolvimento de novos modelos de negócios.


Refinaria petroquímica e complexos petroquímicos integrados
Patrícia C. dos Santos - Petrobras
Peter R. Seidl e Suzana Borschiver - Escola de Química da UFRJ
Resumo

A tendência de crescimento da demanda global por olefinas leves, especialmente eteno e propeno, promove investimentos na cadeia produtiva. Como a dinâmica do mercado de petroquímicos também influencia as atividades de refino, houve significativo progresso no desenvolvimento de tecnologias para o refino petroquímico, tais como o FCC petroquímico. A integração refino-petroquímica oferece grandes oportunidades de sinergismo, uma vez que ambas as atividades compartilham desafios como o atendimento à legislações ambientais cada vez mais severas e a otimização do uso de utilidades. Entretanto, no caso de processamento de óleos não-convencionais (cuja importância e participação no mercado são crescentes), processos de conversão profunda e de tratamento também são fundamentais no esquema de refino, para que se tenha carga suficiente para o craqueamento. Neste contexto, a refinaria petroquímica mostra-se como uma importante fonte alternativa de petroquímicos e pode atuar ou não de modo integrado a um complexo petroquímico.

LEIA MATÉRIA NA ÍNTEGRA NA EDIÇÃO IMPRESSA

Assine já!

Na Edição impressa
  Especial
25 pesquisadores recebem Prêmio Petrobras de Tecnologia
  Petróleo & Gás
Até 2013, setor privado deve investir US$ 34 bi na área de petróleo
 

Todos os direitos reservados a Valete Editora Técnica Comercial Ltda. Tel.: (11) 2292-1838