Edição 313 • 2009

Consumo de petroquímicos volta a crescer
Demanda nos primeiros meses de 2009 já é maior do que a registrada no final de 2008 – porém longe dos volumes consumidos há um ano

Depois da tempestade, a bonança. A demanda por resinas petroquímicas dá sinais de recuperação nos dois primeiros meses de 2009 – ainda longe do bom momento vivido nos primeiros meses de 2008, mas um alento após o baque registrado no último trimestre do ano passado. Os números levantados pela Comissão Setorial de Resinas Termoplásticas da Abiquim – Coplast apontam, no primeiro bimestre do ano, aumento de 2,5% vendas ao mercado interno e de 86,4% nas exportações em comparação com novembro e dezembro de 2008, meses em que os efeitos da crise econômica foram mais agudos.

As duas plantas de insumos básicos da Braskem, que havia paralisado duas unidades por conta da retração da demanda, voltaram a operar com níveis de ocupação acima de 90%. “É um sinal de que estamos bem”, comenta o presidente da empresa, Bernardo Gradin.

Previsto pelas consultorias para ocorrer em 2010, o ciclo de baixa foi antecipado para o quarto trimestre. Segundo levantamento da CMAI, os preços da tonelada de polipropileno – empregado majoritariamente em bens duráveis – caiu 42% nos EUA e 37% na Europa entre o terceiro e o quarto trimestre de 2008. Em 2009, a trajetória de queda deu lugar a um movimento de estabilização nos preços.

Parte dessa recuperação da demanda se deve ao fim do movimento de desestocagem –por conta da volatilidade cambial e da dificuldade de acesso ao crédito, os transformadores passaram a consumir toda matéria-prima estocada. As petroquímicas aproveitaram a desvalorização do real frente ao dólar para aumentar as exportações e tomar espaço da resina importada no mercado interno – nos dois últimos meses do ano, a Quattor aumentou em 80 mil toneladas o volume exportado e a Braskem passou a fornecer para clientes que não tinham linhas de crédito para importar.

A variação cambial, de 32%, manchou de vermelho os balanços financeiros das empresas petroquímicas em 2008. Com 74% do endividamento em dólar, a Braskem fechou o ano com prejuízo de R$ 2.492 milhões. A Unipar – que detém 60% da Quattor – apresentou prejuízo de R$ 152,3 milhões.

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Petrobras volta a bater recorde nos resultados financeiros

A Petrobras voltou a bater recorde no balanço financeiro. Em 2008 a empresa apresentou lucro de R$ 32,98 bilhões – 53% maior do que o resultado registrado em 2007, fruto do aumento na produção de petróleo, pelas altas cotações do início do ano e pelo reajuste de preços da gasolina e do diesel realizado em abril.

Mas os números do quarto trimestre mostraram que a companhia não passou imune pela crise: o lucro líquido dos últimos três meses do ano, de R$ 7,35 bilhões, foi 32% menor do que o apresentado no terceiro trimestre, embora 46% superior à dos últimos três meses de 2007, refletindo a queda na receita líquida provocada pelo recuo nos preços do petróleo e pela realização de estoques formados no período de alta na cotação do barril.

Em 2008 foi apurado ganho financeiro líquido de R$ 4,02 bilhões devido, principalmente, a depreciação do real sobre os ativos líquidos expostos à variação cambial. O resultado do trimestre foi fortemente influenciado pelo comportamento da taxa de câmbio (depreciação do real), que gerou ganho financeiro líquido de R$ 3,38 bilhões.

A rápida queda dos preços do petróleo do patamar recorde de US$ 145,29 em julho para US$ 44,6 ao final de dezembro afetou fortemente os resultados financeiros das maiores petroleiras do mundo no último trimestre do ano.

Produção maior

A produção de petróleo e gás natural no Brasil em 2008 foi de 2,176 milhões barris de óleo equivalente por dia – um crescimento de 5,4% sobre o volume produzido em 2007. No exterior, a redução da produção em campos maduros derrubou os volumes produzidos 5,1% – para 224 mil barris de óleo equivalente por dia, menor que a do ano passado. No total, a produção de petróleo e gás natural aumentou 4,3% em relação à média de 2007, atingindo 2,4 milhões de boe/d. As vendas de derivados subiram 1% e as de gás natural, 26%.

A expectativa do diretor da Área Financeira, Almir Barbassa, é que a geração de caixa ultrapasse a casa dos US$ 10 bilhões em 2009, com aumento na produção por conta das três plataformas – FPSO Cidade de Niterói, P-51 e P-53 – que ainda não atingiram a capacidade plena de 460 mil barris por dia.

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