Edição 297 • 2007

Menos um
Petrobras anuncia mais um passo rumo a consolidação do setor petroquímico com aquisição de Suzano Petroquímica
Suzano Petroquímica: valor avaliado pelas projeções de performance
A Petrobras se especializou em comprar empresas familiares – a última foi a Suzano Petroquímica. O negócio rendeu aos cofres da família Feffer – que detinha 76% das ações – R$ 2,1 bilhões. Outros R$ 600 milhões serão pagos aos minoritários, elevando o total a R$ 2,7 bilhões. O preço representa 11 vezes o Ebitda – quando a Petrobras anunciou junto com o Grupo Ultra e a Braskem a compra da Ipiranga, os US$ 4 bilhões representavam foi 6,2 vezes o Ebitda.

“Precificar um ativo dessa qualidade, com essa perspectiva de mercado, simplesmente por múltiplos de mercado em Bolsa seria uma coisa precipitada, e aí sim, caberia qualquer crítica. Fizemos projeções detalhadas e projetamos a empresa para os próximos 10 anos”, explicou o diretor de Fusões e Aquisições do ABN Amro, Flávio Valadão, intermediário da negociação.

Na véspera do fechamento do negócio, as ações PN negociadas na Bovespa valoravam a Suzano Petroquímica em R$ 1,292 bilhão. Mesmo com a alta de 59% as ações preferenciais fecharam, no dia do anuncio da aquisição, a R$ 8,91 – abaixo dos R$ 10,76 propostos pela Petrobras. A oferta surpreendeu: um prêmio de quase 100% sobre o valor de mercado da empresa. Além disso, assumiu uma dívida que soma R$ 1,4 bilhão.

Flávio Valadão, Paulo Roberto Costa, Gabrielli e Lima: anúncio de aquisição

“É preciso considerar que essa operação é extremamente importante porque a Suzano não vale apenas pelo valor isolado: ela é o núcleo de uma empresa maior, que está sendo idealizada. Essa é uma empresa que, sinergicamente com outros ativos, tem um valor diferente do valor que tem hoje no mercado”, acrescentou o presidente da Petroquisa, José Lima de Andrade Neto.

O negócio começou a ser desenhado dias após a aquisição da Ipiranga – mas o que ninguém esperava era esse desfecho. A Suzano Petroquímica até poderia liderar a empresa resultante da consolidação dos ativos do Sudeste – que seria a outra grande empresa petroquímica nacional, ao lado da Braskem. O grupo vinha contribuindo com a reestruturação do setor com a compra da fatia da Basell e a venda da participação na Politeno – mas não conseguiu chegar a um denominador comum com a Unipar, o outro parceiro privado com importante participação na região.

Quando a negociação emperrou, só restou como opção uma aquisição – mas um negócio dessa magnitude demandaria fôlego financeiro do comprador. E, dos três, só a Petrobras tinha munição para fazer uma oferta irrecusável. O valor da transação será pago, em dinheiro, num prazo médio de dois meses, na conclusão do negócio – quando a Petrobras espera já ter um sócio privado que, inclusive, divida o pagamento pela Suzano.

Novos ativos da Petrobras
Empresa Participação atual Participação após compra (1) Participação após compra de 100% (2)
Suzano Petroquímica Operacional - 76% 100%
Riopol (3) 16,7% 23% - 42% 25% - 50%
PQU 17% 23% 24%
Petroflex - 15% 20%
(1) Considera apenas a compra do controle, não refletindo o resultado das ofertas públicas subsequentes
(2) Assume compra de 100% das ações
(3) Participação final será variável em função do exercício do direito de preferência dos demais acionistas

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