Edição 297 • 2007

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos para a indústria de petróleo: o caso da Petrobras/Lubnor
Liciane Carneiro Magalhães (Mestranda, Engenheira de Produção Mecânica – PUC – Rio)
Mônica Cavalcanti Sá de Abreu (D. Eng., Professora Adjunta, Departamento de Administração –FEAAC/UFC)
Carlos Holanda Gurgel (Engenheiro de Processamento de Petróleo – PETROBRAS/Lubnor)
Resumo
O trabalho apresenta um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS – para a Indústria de Petróleo desenvolvido na Lubnor, uma refinaria da Petrobras, localizada em Fortaleza/Ceará. A metodologia para a implantação e operacionalização do PGRS envolveu a pesquisa bibliográfica, a aplicação de formulários, entrevistas com os funcionários nas diversas atividades da área industrial da PETROBRAS/Lubnor, inspeções técnicas em cada uma das 16 atividades/processos, até a identificação de 28 tipos de resíduos gerados. Os resíduos sólidos foram caracterizados, a legislação e os riscos ambientais foram identificados, permitindo a definição dos procedimentos de segregação, armazenamento e disposição final. Os resultados demonstram que os maiores riscos ambientais concentram-se na destinação final dos resíduos sólidos classe I, principalmente, a borra oleosa. Foi então realizado um rastreamento da geração deste resíduo, identificando as causas e quantificando-as. O trabalho faz recomendações dentro do enfoque de minimização da poluição, propondo melhorias no controle da geração do resíduo e alternativas para a sua disposição final.

Segurança em equipamentos e instalações elétricas em atmosferas explosivas – 3ª parte
Roberval Bulgarelli (Consultor Técnico – Engenheiro de Equipamentos Sênior – PETROBRAS)
Neste artigo são apresentados os principais conceitos envolvendo a classificação de regiões classificadas contendo atmosferas explosivas, a especificação e a instalação de equipamentos elétricos em locais que apresentam riscos de explosão devido à presença de materiais inflamáveis ou gases explosivos...


Novas tendências no tratamento de água nas refinarias e plantas petroquímicas
Giovanni S. Crisi (Engenheiro Químico. Professor da Escola de Engenharia Mackenzie - São Paulo)
Marília Cegalla Aldrighi (Engenheira Mecânica)
Priscilla Tiemi Ogata (Aluna do 10° semestre de Engenharia de Materiais. Escola de Engenharia Mackenzie)
O objetivo deste artigo é apresentar as novas tendências em curso para o tratamento de água nas refinarias e plantas petroquímicas brasileiras, baseadas em uma experiência bem sucedida na Refinaria Duque de Caxias (REDUC) da Petrobrás...

Integração entre os processos fotoquímico e biológico no tratamento de efluentes industriais contendo fenóis
Fernando Carlos Nascimento Sassano (Departamento de Engenharia Química, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo)
José Ermírio Ferreira de Moraes (Escola Paulista de Engenharia Química, Universidade Federal de São Paulo
Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (CEPEMA-USP), Universidade de São Paulo)
Cláudio Augusto Oller do Nascimento (Departamento de Engenharia Química, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo
Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente (CEPEMA-USP), Universidade de São Paulo)
Resumo
O fenol é encontrado em efluentes de diversos processos industriais tais como: agroindústria, indústria de papel, indústria do vinho, indústria farmacêutica, indústria petroquímica e indústria de pesticidas. Este composto é classificado pela Environmental Protection Agency – EPA – como importante contaminante orgânico, devido a sua elevada toxicidade, persistência e bioacumulação nos organismos aquáticos. O limite para emissão de efluentes a corpos d’água receptores é de 0,2-0,5 mg/L de fenol. A maioria dos métodos tradicionais de tratamento se mostra ineficaz frente ao fenol. No presente trabalho, foram estudados alguns parâmetros como: presença de nutrientes (cloreto de amônio (NH4Cl; 0,71N), cloreto de cálcio (CaCl2; 0,25N), cloreto férrico (FeCl3.6H2O; 0,018N), sulfato de magnésio (MgSO4.7H2O; 0,41N) e tampão de fosfato (NaH2PO4; 1,5N)) e diferentes concentrações iniciais de lodo ativado, previamente aclimatado à fenol, (1:1 e 1:10) e fenol (100, 200 e 400mg.L-1) sendo este, a única fonte de carbono do sistema. Os ensaios experimentais, realizados em sistema fechado (regime de batelada), permitiram observar que: (i) experimentos respirométricos, a matéria orgânica pode suportar cargas de fenol inicial de pelo menos 200mg.L-1 de COD com uma diluição de 1:10 da concentração de lodo resultando em DBO5,20oC superiores à 400mg.L-1; (ii) obtenção de remoção de carbono orgânico da ordem de 95% com até 400mg.L-1 de carga orgânica inicial e (iii) a integração de processos apresentou uma remoção global de 66% (120min de tratamento fotoquimico) e 43% (5dias, tratamento biológico), partindo de 1000mg.L-1 de fenol inicial.

Avaliação de alternativas tecnológicas para gasolina de baixa emissão na Petrobras
William Richard Gilbert (Engenheiro de Processamento – Petrobras/Cenpes/PDAB/TFCC)
Resumo
Mais de 30% do total de NO e CO emitidos na atmosfera e até 20% do CO2 são produzidos na queima de combustíveis automotivos. A introdução dos sistemas inteligentes de injeção de combustível e do catalisador de três vias na descarga dos automóveis conseguiu reduções dramáticas nos níveis de emissão de NO e CO, porém, impôs drásticas mudanças na especificação da gasolina, sobretudo no teor de enxofre. No Brasil, o processamento de óleos pesados, com alto conteúdo de nitrogênio e a produção de gasolina fortemente dependente do FCC apresentam desafios particulares na busca de soluções para este problema. Neste trabalho serão analisadas as alternativas clássicas de pré-tratamento de carga de FCC, pós-tratamento da nafta craqueada e aditivos do catalisador de FCC aplicados ao caso Petrobras. Também serão comentadas modificações no processo de FCC para atender a futuros combustíveis de menor impacto ambiental, que seriam usados nos novos motores HCCI, de características híbridas entre os motores Otto e Diesel.


Compensação ambiental: edição da resolução Conama 371/06
Adriana de Oliveira Varella Molina (Mestre em Sistemas de Gestão – Área de Concentração Meio Ambiente – UFF/Latec
Gerente Setorial do Jurídico de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras)
Sergio Pinto Amaral (Doutor em Planejamento Energético e Ambiental – COPPE/UFRJ
Consultor Técnico em Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Área Internacional da Petrobras)
Resumo
Este trabalho foi baseado na Dissertação de Mestrado, “Licenciamento Ambiental e Compensação Ambiental: Aplicação na Indústria do Petróleo”, apresentada na UFF/Latec, que objetivou analisar criticamente o instituto da compensação ambiental criada pelo artigo 36 da Lei nº 9985/00, abordando o processo histórico das tentativas anteriores de criação deste instituto e a posterior edição da citada Lei. Foi estudado detalhadamente o artigo 36 da referida Lei, bem como o seu Decreto regulamentar, além de terem sido apontados alguns dos principais problemas que surgiram nos procedimentos de licenciamentos ambientais, especialmente na indústria do petróleo, relacionados à compensação ambiental. Também procurou-se apresentar eventuais propostas de solução dos problemas apontados, com o intuito de minimizar a insegurança jurídica nos gestores públicos e privados, com o objetivo único da sustentabilidade das atividades da indústria de petróleo. Neste artigo aquela análise foi complementada considerando a edição da Resolução Conama 371/06 inexistente à época da elaboração da dissertação.

Licenciamento ambiental da atividade petrolífera onshore: instrumento estatal de gestão ambiental
Erika Araújo da Cunha Pegado Professora de Direito Ambiental, Mestre em Gestão Ambiental pela UFRN e Coordenadora da Especialização em Licenciamento Ambiental On Shore do CEFET RN.
Resumo
O processo de licenciamento ambiental da atividade petrolífera on shore processa-se em esfera administrativa seguindo uma série de etapas que devem obedecer aos princípios básicos inscritos na Constituição Federal Brasileira, as diretrizes traçadas na Política Nacional do Meio Ambiente - Lei 6938/81- e nas Leis Estaduais que regulamentam a atividade, no caso do estado do Rio Grande do Norte, a Política Estadual do Meio Ambiente estabelecida através da Lei Complementar Estadual 272/2004 , com suas posteriores alterações, além das resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama. Aborda-se neste trabalho, a aplicação efetiva da normatização, que esbarra em dificuldades que vão desde estudos de impacto ambiental inadequados às exigências legais, até a falta de estrutura dos órgãos responsáveis pela emissão das licenças, que não acompanham o ritmo de crescimento da atividade, causando atrasos nas expedições das licenças, gerando assim prejuízos de ordem econômica e ambiental. Enfoca-se as diretrizes básicas do processo de licenciamento ambiental das atividades petrolíferas on shore, de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável, do poluidor pagador e da responsabilidade da pessoa física e jurídica. Por fim, elenca-se as dificuldades enfrentadas no processo e os resultados dos encontros com os diversos setores envolvidos no estado do RN, entidades governamentais e empresas, dentro da experiência no Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo - Prominp- no RN que resultaram em ações que poderão contribuir para melhoria do processo.

Otimização de rota tecnológica para seqüestro de CO2
Aurelito R. Oliveira Filho, José Luiz de Medeiros e Ofélia de Q. F. Araújo (Escola de Química da UFRJ)
Resumo
As atividades antrópicas, em especial o consumo de combustíveis fósseis, desmatamentos e queimadas promovem o aumento da concentração de gases na atmosfera terrestre, dentre os quais destaca-se o gás CO2, intensificando o efeito estufa. O aquecimento global decorrente é considerado o problema ambiental mais grave do século XXI, por ser responsável pelas mudanças climáticas e pelas sensíveis conseqüências ambientais da atualidade. Apesar do uso de CO2 como matéria-prima ter baixo impacto na quantidade de CO2 emitido para a atmosfera (da ordem de Gt/ano), a presente abordagem considera que a produção de Óxido de Etileno (OE) responde por 1% das emissões estacionárias deste gás. Nesta direção, explora sinergia entre processo emissor de CO2 e processo seqüestrador baseado na alta reatividade do OE como agente de remediação ambiental. A reação de OE com CO2 produz carbonato de etileno (CE), que, em reação subseqüente com metanol, forma dimetil carbonato (DMC), com aplicação como solvente, booster de octanagem de gasolina e matéria-prima para síntese orgânica. A sinergia buscada entre o processo emissor e a rota de seqüestro do CO2 emitido permite, além da captura do CO2, sintetizar produtos com valor agregado, contribuindo para transformar o custo do seqüestro em benefícios econômicos além do inestimável benefício ambiental de mitigação do efeito estufa.
O desenvolvimento do processo baseou-se em simulação e otimização das etapas de captura, seqüestro de CO2 e purificação de produtos. Na captura de CO2, empregou-se mistura de etanolaminas (MEA, DEA e MDEA), investigando-se o impacto do loading (Kgmol amina / Kgmol CO2 absorvido) e consumo de energia na regeneração das aminas. No seqüestro químico, foram analisadas duas alternativas de configuração de reator: (i) dois reatores em série, nos quais um reator é dedicado à conversão de OE em CE e outro é responsável pela síntese de DMC, e (ii) condução das duas etapas de reação em um único reator.
Definidas a configuração da etapa de separação dos produtos, realizou-se a otimização do processo visando à maximização do lucro anual (US$/ano). Nesta etapa, adotou-se: a) captura de CO2 com solução aquosa de mistura de etanolaminas (5,31% MEA, 13,6% MDEA), que oferece menor custo de regeneração de aminas aliado ao bom desempenho de absorção; b) configuração com único reator; c) três colunas de destilação para o reciclo de metanol, recuperação de DMC e separação de CE e EG; d) condições de corrente de purga de planta de óxido de etileno como fonte de emissão de CO2 (39 t/h com composição molar: etileno = 0,15, CO2 = 0,12, N2 =0,68 e O2 = 0,05). Os resultados do projeto otimizado apontam para um lucro anual de US$ 72M, com produção anual de 12200 kg/h (87672 t/ano) de DMC, 1800 kg/h (12943 t/ano) de CE e 8000 mil kg/h (57596 t/ano) de EG e captura anual de 47,5 mil t CO2. Observou-se que o processo torna lucrativa a remediação ambiental pretendida.

Produção mais limpa – P+L – na indústria do petróleo
Flávia Beatriz Beserra Azevedo (Programa de Planejamento Energético – COPPE/UFRJ)
Julio Cesar de Faria Alvim Wasserman (Dept. de Análise Geoambiental – UFF)
Alexandre D’Avignon, Emilio Lèbre La Rovere (Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente – COPPE/UFRJ)
Resumo:
Em 1989, a Unido (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) e a Unep (Programa Ambiental das Nações Unidas) definiram o conceito de Produção Mais Limpa – P+L– como um conjunto de estratégias tecnológicas, ambientais e econômicas a serem integradas no processo industrial. O conceito foi baseado em mudanças no projeto industrial, produção, consumo e disposição dos produtos, mas também numa mudança de mentalidade. Os objetivos destas estratégias seriam promover a redução da produção de resíduos e utilização de material-prima, aumentar a eficiência energética e diminuir os impactos ambientais em todas as fases da produção e do consumo. Neste artigo foram selecionadas e avaliadas publicações de 1989 (ano da definição do conceito) até 2005 para determinar as áreas de relativa deficiência na pesquisa. Somente 41 publicações foram encontradas, dentre as quais 32 eram artigos publicados em periódicos, 6 eram artigos publicados em congressos, 2 eram notícias de revistas e 1 era uma monografia de especialização. Isto mostra a falta de estudos ou a falta de trabalhos publicados na área. A maior parte dos trabalhos abordava o P+L em refinarias. Devido à crescente preocupação da sociedade e de instituições internacionais com o meio ambiente e à saúde humana, as indústrias têm estudado cada vez mais sobre estratégias e tecnologias limpas. Porém estes trabalhos têm se concentrado em relatórios internos. Estas experiências precisam ser publicadas como artigos em periódicos avaliados por pares mais freqüentemente para serem mais divulgados e ganharem mais credibilidade.

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