Edição 293 • 2007

O futuro da petroquímica
Complexo petroquímico da CSPC em Nanhai / China: onovo centro de gravidade da economia mundial
Suprimento de matérias-primas e reagrupamento da indústria consumidora no hemisfério oriental desenham uma mudança substancial para os próximos anos
O futuro da indústria petroquímica está traçado. E terá mudanças substanciais motivadas pela escassez na oferta de nafta e altos preços do barril do petróleo. Os padrões de comércio já não são mais os mesmos – a América do Norte está perdendo para o Oriente Médio a posição de principal área exportadora. E os centros de demanda estão se deslocando da América do Norte e do Oeste Europeu para a Ásia.

A indústria planeja suas estratégias para buscar matéria-prima de baixo custo, fontes renováveis ou até rotas tecnológicas alternativas. “Uma das questões mais relevantes para o setor petroquímico será administrar, no futuro, essas mudanças na oferta e na demanda do petróleo. O setor tem que responder a essa questão, via fontes alternativas – que sejam renováveis ou independentes do mercado energético – ou através de fontes de petróleo e gás mais baratas e descoladas dos preços internacionais dos combustíveis”, avalia o diretor Comercial da Área de Plásticos da Dow no Brasil, Alberto Ulriksen.

Os temas em pauta na indústria americana não poderiam ser outros: os drives de crescimento da indústria petroquímica já não têm os mesmos padrões observados nos últimos 50 anos. 45% dos novos empreendimentos estão localizados Oriente Médio – onde, segundo dados da consultoria SRI, o preço do gás natural custa entre US$ 0,70 e US$ 1,70 o milhão de BTU, contra US$ 7,25 praticados nos EUA. O resultado é que o Oriente Médio ampliará sua participação no mercado mundial de eteno dos atuais 5% para fatias superiores a 20% em 2015.

A Rússia, com suas grandes reservas de gás natural, também começa a despontar como opção para uma nova onda de investimentos – daqui a dez anos. “As empresas petroquímicas estão, cada vez mais, buscando produzir em lugares onde a matéria-prima custa menos. E também produzir uma linha mais voltada para especialidades – uma vez que os preços da matéria-prima estão mais caros, elas buscam um mix mais rentável para compensar o aumento de custos”, conta o presidente da Suzano Petroquímica, José Ricardo Roriz Coelho.

As mudanças nos padrões de fornecimento são tão significantes quanto as mudanças dos padrões de demanda global. E a principal responsável pelo crescimento da demanda mundial não poderia deixar de ser a Ásia – em 2015 a demanda de eteno da China vai se aproximar dos 30 milhões de toneladas ao ano.

No final das contas, não deverá haver um distanciamento entre a oferta e a demanda – muito menos uma queda substancial de preços. Segundo explica o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, em um cenário onde a demanda de eteno cresça 4% ao ano, a indústria petroquímica deveria adicionar pelo menos cinco bilhões de toneladas anuais à capacidade para, ao menos, manter as atuais taxas de utilização da capacidade. “Quando mapeamos todos os projetos anunciados, eles estão em linha com 25 milhões de toneladas que o mundo precisaria ter nos próximos cinco anos para manter a atual relação de demanda e capacidade”.

As projeções de consultorias como a SRI e a Nexant apontam para um excesso de empreendimentos entrando em operação somente nos últimos dois anos desta década, quando a utilização da capacidade instalada deverá cair abaixo de 90% – dando inicio ao ciclo de baixa da indústria, que deverá durar até 2013.

O biênio 2005/2006 foi marcado pelos altos preços das matérias-primas – e também pela aderência entre os índices de ocupação de capacidade e margem de lucratividade.

“Ao longo desse período o índice de ocupação da capacidade instalada esteve num patamar superior a 90%, o que fez com que as margens estivessem bem posicionadas”, resume o vice-presidente da Unipar, Vitor Mallmann.

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